Campinas, Sexta-feira, 11 de Agosto de 2000


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Valores ultrapassam limite legal

DA FOLHA CAMPINAS

Os valores corrigidos das obras e reformas de cadeias e delegacias do Estado de São Paulo chegam a ser 1.600% superiores ao limite da modalidade de licitação eleita -a carta-convite.
Segundo o processo, a inflação em 1990 foi de 1.476,6% e, em 1991, de 1.480,2%.
No caso do contrato de reforma da cadeia e da delegacia de Santa Bárbara d'Oeste (150 km de São Paulo), a abertura do convite foi autorizado em fevereiro de 1991, mas o contrato mantém o valor total da obra orçado em janeiro de 1990 (Cr$ 23.999.805,56).
Com a correção monetária do valor do contrato para a assinatura do contrato, em maio de 1991, o valor da obra em dólares da época é de US$ 1.747.347,60, ou seja, 1.600% superior ao limite da modalidade eleita (US$ 98.167,81).
No caso de Santa Bárbara d'Oeste, o contrato foi assinado com a B&Z Construções e Informática Ltda.
O contrato para a reforma da Cadeia Pública de Jundiaí -atualizado na data da assinatura do contrato em US$ 623.904,38- foi superior 660% ao valor do limite permitido (US$ 93.937,19).
O contrato foi assinado em 20 de junho de 1990, também com a empreiteira B&Z.
Antes do início das obras, houve um acréscimo no valor do contrato para US$ 931.786,15.
O contrato da obra de reforma do 6º andar do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), atualizado no dia do contrato, 6 de dezembro de 1991, gira em torno de US$ 354 mil, ou seja, 400% superior ao limite da modalidade licitatória eleita (US$ 94.655,48).
Em Marília (443 km de São Paulo), o contrato atualizado com a empreiteira Cosntrudaotro Empreendimentos Ltda, em 16 de maio de 1991, deveria ser de US$ 655.208, 37, de acordo com o Ministério Público.
O valor é 600% superior ao limite permitido, segundo a Promotoria (US$ 98.167,81).

Pequenas obras
Segundo a Promotoria, há casos em que foram realizadas apenas pequenas obras.
Há casos em que as obras, até hoje, não tiveram início. Em Indaiatuba (110 km de São Paulo), a Delegacia Geral de Polícia teria destinado à empreiteira B&Z cerca de US$ 1,5 milhão para a reforma da cadeia da cidade. O Instituto de Criminalística de São Paulo constatou que apenas reformas na laje foram realizadas.


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