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OUTRO LADO
Ex-governador Fleury diz não ter a "menor idéia" das contratações
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado Luiz Antônio
Fleury Filho (PTB), que era governador de São Paulo em 1991, disse
não ter a "menor idéia" do que
pode ter ocorrido nas contratações de empresas para reformar
cadeias do Estado.
"Quando eu era secretário de
Segurança, determinei a descentralização das licitações. Assim, as
polícias Civil e Militar passaram a
cuidar de suas respectivas licitações. Não passava por mim, nem
como secretário nem como governador. Não tenho nada a
acrescentar", afirmou.
A Folha tentou falar com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), que
era secretário de Segurança. Deixou recados com a assessoria de
imprensa da presidência da Câmara e no celular particular do
deputado. Ele não respondeu às
mensagens até o fechamento desta edição, às 21h30.
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi informou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
não poderia falar à reportagem
por causa de sua agenda.
A procuradora do Estado Ana
Maria Rinaldi, que participou da
sindicância que confirmou as irregularidades nos contratos, não
quis se manifestar ontem a respeito das investigações.
O ex-delegado-geral Álvaro Luz
Franco Pinto, 64 anos, admitiu a
existência de irregularidades nas
licitações, mas afirma que, se errou, foi por indução de outros
funcionários.
Luz se defende dizendo que sua
única intervenção nas obras públicas foi a assinatura dos contratos, que em 90% dos casos haviam
sido licitados pelo seu antecessor.
"Não fiz a licitação, não expedi
convites, não participei de nenhum ato. O fato de ter autorizado os pagamentos foi com base
nos documentos apresentados
pelo Centro de Engenharia. Se
eles diziam que tal obra foi realizada, não tínhamos como contestar essa afirmação."
Ele afirma que na época os responsáveis pelo Centro de Engenharia da Polícia Civil, os engenheiros Reginaldo Passos e Acácio Kato, eram pessoas respeitadas que tocavam todas as obras e
que não havia motivo para nenhuma desconfiança.
A dentista Maria Valnice Vidal
Barreto, por telefone, de seu consultório, às 17h de ontem, disse à
Folha que jamais soube de detalhes das ações de construtora
B&Z, da qual confirmou ser sócia.
"Mas não sei de nada e a empresa está inativa há muito tempo",
disse ela. "Sempre fui dentista.
Não tinha outra profissão". Ela
não quis revelar o nome do ex-sócio nem fornecer mais informações sobre a empresa.
A reportagem não localizou os
engenheiros Acácio Kato e Reginaldo Passos. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da
Segurança, o Deplan, de onde foram exonerados, não existe mais.
O delegado Carlos Eduardo Benito Jorge, da Divisão de Inquéritos da Corregedoria, informou
que vários inquéritos foram encaminhados para a Justiça constando essas irregularidades, mas não
deu nenhum detalhe dos casos.
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