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CAMPINAS, 226
Proporcionalmente, município é mais violento que o Rio e São Paulo; taxa de mortes cresceu 144% em dez anos
Campineiro teme a violência da cidade
DA FOLHA CAMPINAS
Campinas completa hoje seus
226 anos e entra no novo milênio
como a segunda região metropolitana a ser criada no Estado, mas,
mesmo assim, não tem motivos
para comemorar qualquer avanço em relação à segurança pública.
A população teme os altos índices de criminalidade. A taxa de assassinatos cresceu 144% nos últimos dez anos.
Proporcionalmente, há mais
homicídios em Campinas que em
São Paulo e no Rio. Enquanto na
capital paulista e na carioca a média de homicídios em 99 para cada cem mil habitantes foi de 55 e
49, respectivamente, em Campinas esse número foi de 55,8.
O campineiro viu os registros de
assassinatos subirem de 208, em
89, para 508, em 99. Em cinco
anos (de 94 a 99), o índice de homicídios para cada cem mil habitantes cresceu de 26 para 55,8. Somente nos seis primeiros meses
deste ano foram 255 casos.
O número de homicídios em
Campinas no ano passado superou o total de óbitos por câncer e é
a segunda causa de mortes da população.
Denúncias
Por outro lado, o campineiro
também tem visto, nos últimos
meses, denúncias contra policiais
da cidade, que estariam envolvidos com o crime organizado, tráfico de drogas e cobrança de propina para liberar presos.
A maioria dos casos foi citada
pela CPI do Narcotráfico, que esteve na cidade em novembro do
ano passado e deve entregar o relatório final sobre as investigações
até o próximo mês.
Pesquisa Datafolha, realizada
no último dia 28, apontou que a
maioria (76%) dos eleitores entrevistados na cidade acredita que os
policiais e empresários citados
pela CPI estão de fato envolvidos
com o crime organizado.
Campanha
Prova de que o assunto se tornou uma preocupação para a população de Campinas é o fato de
que o combate à violência vai ser
o mote da maioria das campanhas eleitorais este ano na cidade.
Assustada, parte da população
pensa em sair da cidade.
A pesquisa Datafolha também
aponta que um terço dos entrevistados (34%) pretende deixar
Campinas com certeza por causa
da violência.
A fonoaudióloga Fernanda Cellito, 22, que teve um amigo assassina dentro de casa durante uma
tentativa de assalto, acha que a
educação é a única forma de conter a violência.
"Não há ações que possam coibir imediatamente essa criminalidade", disse.
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