Campinas, Sexta-feira, 14 de Julho de 2000


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CAMPINAS, 226
Proporcionalmente, município é mais violento que o Rio e São Paulo; taxa de mortes cresceu 144% em dez anos
Campineiro teme a violência da cidade

DA FOLHA CAMPINAS

Campinas completa hoje seus 226 anos e entra no novo milênio como a segunda região metropolitana a ser criada no Estado, mas, mesmo assim, não tem motivos para comemorar qualquer avanço em relação à segurança pública.
A população teme os altos índices de criminalidade. A taxa de assassinatos cresceu 144% nos últimos dez anos.
Proporcionalmente, há mais homicídios em Campinas que em São Paulo e no Rio. Enquanto na capital paulista e na carioca a média de homicídios em 99 para cada cem mil habitantes foi de 55 e 49, respectivamente, em Campinas esse número foi de 55,8.
O campineiro viu os registros de assassinatos subirem de 208, em 89, para 508, em 99. Em cinco anos (de 94 a 99), o índice de homicídios para cada cem mil habitantes cresceu de 26 para 55,8. Somente nos seis primeiros meses deste ano foram 255 casos.
O número de homicídios em Campinas no ano passado superou o total de óbitos por câncer e é a segunda causa de mortes da população.

Denúncias
Por outro lado, o campineiro também tem visto, nos últimos meses, denúncias contra policiais da cidade, que estariam envolvidos com o crime organizado, tráfico de drogas e cobrança de propina para liberar presos.
A maioria dos casos foi citada pela CPI do Narcotráfico, que esteve na cidade em novembro do ano passado e deve entregar o relatório final sobre as investigações até o próximo mês.
Pesquisa Datafolha, realizada no último dia 28, apontou que a maioria (76%) dos eleitores entrevistados na cidade acredita que os policiais e empresários citados pela CPI estão de fato envolvidos com o crime organizado.

Campanha
Prova de que o assunto se tornou uma preocupação para a população de Campinas é o fato de que o combate à violência vai ser o mote da maioria das campanhas eleitorais este ano na cidade.
Assustada, parte da população pensa em sair da cidade.
A pesquisa Datafolha também aponta que um terço dos entrevistados (34%) pretende deixar Campinas com certeza por causa da violência.
A fonoaudióloga Fernanda Cellito, 22, que teve um amigo assassina dentro de casa durante uma tentativa de assalto, acha que a educação é a única forma de conter a violência.
"Não há ações que possam coibir imediatamente essa criminalidade", disse.


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