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CAMPINAS, 227 ANOS
Povoado surge durante o chamado período pombalino e fazia parte da estratégia de defesa portuguesa
Fundação ocorre no fim do período colonial
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Campinas foi fundada em 1774,
no final do período colonial brasileiro, em uma fase em que Portugal era refém de uma intensa dependência econômica da Inglaterra.
Em Portugal, a fase é marcada
também pelo final do período
pombalino. Sebastião José de
Carvalho e Mello, o Marquês de
Pombal, foi ministro do rei dom
José 1º de 1750 a 1777.
Ele se notabilizou por suas estratégias para reerguer Portugal
da decadência em que o país se
encontrava diante de outras potências européias e por expulsar
os jesuítas de todas a colônias
portuguesas, em 1759.
A fundação de povoados em toda a Capitania de São Paulo é resultado da política pombalina. O
período antecede a vinda da família real ao Brasil.
Cada vez mais a Inglaterra pressionava a Coroa portuguesa a pagar seus débitos. A riqueza provenientes das colônias, principalmente o ouro brasileiro, era fundamental para patrocinar a revolução industrial inglesa, que estava sendo implementada.
A dependência econômica de
Portugal com a Inglaterra tornava
necessária uma ocupação acentuada de São Paulo.
A Capitania incluía desde o
atual Estado de São Paulo até a bacia do rio Prata, na Argentina, e
englobava o que é hoje todo o território do Uruguai.
Nessa etapa do período pombalino, foi designado como capitão-general de São Paulo dom Luís
Antônio Botelho Mourão Morgado de Mateus, que viria a ser o
"ator" principal da construção
dessa obra de colonização.
Ele fundou 20 povoados, desde
o sul do país, do atual município
de Lajes, na divisa entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, e
também no litoral.
Campinas passa a fazer parte,
no processo de escolha das localidade, de uma espécie de "colar"
estratégico formado pelos povoados. A função das vilas e povoados era preservar as fronteiras
brasileiras da possibilidade de invasão pela Espanha.
Um dos motivos da execução
do plano era a proximidade do
Rio de Janeiro, que antes da fundação de Campinas havia se tornado a capital brasileira, substituindo Salvador.
A política estratégica pombalina também é a responsável pela
mudança da capital, de Salvador
para o Rio de Janeiro. No mesmo
período, os espanhóis ameaçavam ocupar o sul do Brasil.
A possibilidade de ocupação espanhola se deve ao estado de
abandono econômico, político e
militar da Capitania de São Paulo,
como consequência perversa da
aventura bandeirista.
Os bandeirantes paulistas saíram da região para encontrar o
ouro em Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso. Eles levavam famílias que não tinham interesse na
Capitania paulista.
São Paulo não acompanhava o
plano de ocupação territorial do
Brasil e, não tendo abundância
em minerais preciosos, só apresentava as condições econômicas
exigidas pela Europa na etapa final da fase colonial.
Nessa fase, Portugal inicia a
ocupação militar da região, mas
era preciso assentar famílias e dar
condição de vida a elas com um
projeto de agricultura.
A produção econômica viável e
que foi estimulada na época foi a
cana-de-açúcar, que não era o objetivo dos bandeirantes paulistas,
primeiros povoadores de Campinas, em busca do ouro de Minas e
Goiás.
Com a fundação, Campinas é
denominada Freguesia da Imaculada Conceição das Campinas do
Mato Grosso de Jundiaí (Jundiaí
era o município a que Campinas
pertencia).
A expressão "mato grosso" é referência à mata atlântica e à Imaculada Conceição, a padroeira.
Freguesia antecede politicamente
a condição de vila e está no patamar inferior ao da cidade na nomenclatura colonial.
A fundação de Campinas remonta da primeira revolução industrial na Inglaterra, que tinha
Portugal como aliado econômico.
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