Campinas, Sábado, 14 de Julho de 2001

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Data em que surgiu o povoado é obscura

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A experiência da reconstrução de Lisboa -atingida por um terremoto em 1755- é empregada na modelagem do centro a partir da fundação da freguesia que deu origem a Campinas, projetada pelo ciclo econômico da cana-de-açúcar.
O projeto arquitetônico empregado em Portugal era importado da França e passou a ser a principal referência no plano de ocupação da nova freguesia.
A execução do projeto foi prevista em um documento da Coroa portuguesa chamado "bando", semelhantes aos decretos.
A futura cidade foi delineada a partir de um plano predatório de Portugal de extração do ouro, que deu origem à parada de bandeirantes.
Eles trafegam de Jundiaí para Mogi Mirim, povoados já constituído na época e que tinham a localização de Campinas na metade do percurso entre elas.
Por isso, a data exata do início da cidade ainda permanece obscura, segundo historiadores.
O reconhecimento pela Coroa portuguesa acontece por volta de 1730. Nesse ano, já existiam moradores nas proximidades do córrego Proença.
A mudança para o novo centro, operada com a interferência de Barreto Leme, ignora o embrião urbano identificado como canal do tráfico de ouro e escravos.
A ocupação da cidade é o cartão de visitas para o café, nova modalidade econômica que a metrópole portuguesa permitia ser implantada em Campinas.
A cidade já tinha um desenvolvimento agrícola devido ao ciclo da cana-de-açúcar e do gado, depois usado na mecanização da nova cultura. A década de 1840 é marcada pelo início da decadência da cana-de-açúcar.
O plantio do café foi viabilizado pelos recursos naturais adequados e a estrutura criada com a implantação do plano de colonização dos portugueses.
O desenvolvimento da economia do café foi rápido. A cidade também já tinha escravos e despontava com o grande potencial econômico que se consolidou com o cultivo do café até o final do século 19.

Estradas de ferro
O café trouxe o trem e a criação das companhias ferroviárias -Paulista, Sorocabana e a Mogiana, financiadas a partir de capital dos barões do café campineiros. Eles financiaram a construção da Estação Central, na região do atual centro velho, que vai a leilão autorizado pelo governo federal.
Os trens foram fundamentais para exportar o café consumido nas casas vienenses, parisienses, londrinas e nova-iorquinas.
O café exportado saía da Estação Central de Campinas pelos trens da Companhia Paulista e passava por Jundiaí e São Paulo, até chegar ao porto de Santos.
A Sorocabana era responsável pela ligação ferroviária até o oeste de São Paulo. A Mogiana seguia para o norte.
No século 19, as companhias ferroviárias de Campinas ainda faziam a rota para Goiás.


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