Campinas, Sábado, 14 de Julho de 2001

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CAMPINAS, 227 ANOS
Município recebeu investimentos nas áreas de transportes, urbanismo e saneamento no século 20
Cidade se moderniza para receber indústrias

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A produção de café no século 19, a exportação do produto e a operação das companhias de trens acumularam capital bancário, comercial e industrial na cidade e foram a base do início da industrialização do país.
Campinas, que era um dos principais pólos de produção de café, se beneficiou disso.
No nascimento do capitalismo no Brasil, com a implantação das ferrovias, Campinas assistiu à abolição dos escravos, à queda do Império e a chegada do trabalho assalariado, principalmente por meio dos imigrantes italianos.
A cidade, provinciana, precisou mudar seu desenho urbano para adaptar-se à nova ordem mundial e criar condições de permanecer como um dos centros do capitalismo emergente brasileiro.
São fundadas, além de empresas de trens, as de bondes, e começam as primeiras obras na área de saneamento e água.
Convergem para Campinas os principais engenheiros do país, como o construtor de trens Antônio Francisco de Paula Souza e o sanitarista Saturnino Brito.
No início do século 20, a cidade ganhou a fama de "Princesa d'Oeste de São Paulo".
Nos anos 30, principalmente entre 1938 e 1939, o engenheiro Prestes Maia chegou à cidade para participar do planejamento do futuro de várias obras de Campinas. Sua vinda aconteceu após o surgimento do urbanismo como área de atuação emergente no país.
A partir de 1934, Maia começou implantar um novo pacote de medidas para remodelar o centro da cidade. Os novos traços do desenho urbano articulavam a viabilização de loteamentos nas chácaras e fazendas próximas à mancha urbana da época.
Prestes Maia deu ênfase às obras viárias e iniciou um processo que se consolidou até hoje, por exemplo, na implantação do anel viário da cidade, a partir da rodovia D. Pedro 1º. Seu projeto atendeu à demanda do uso do automóvel na cidade.
O progresso técnico se instalou nos grandes centros urbanos e nas regiões em desenvolvimento.
A remodelagem viária da cidade e a utilização do automóvel em maiores escalas aconteceram durante a projeção da instalação das grandes multinacionais na cidade, mais tarde, na década de 60.
O ciclo de desenvolvimento industrial ganhou força no século passado após a Revolução Tenentista (1922) e o golpe de Estado de Getúlio Vargas (1937).
A morte de Getúlio (1954), a renúncia de Jânio Quadros (1961) e a deposição de João Goulart (1964) não impediram o desenvolvimento industrial, com a instalação de grandes empresas em Campinas.


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