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Desemprego acabou com as vilas operárias
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A decadência do emprego industrial nos moldes tradicionais
que se sustentou até o final da década de 80 contribui para que as
tradicionais vilas operárias de
Campinas fossem obrigadas a ceder seu espaço para o tráfico de
drogas.
No início da década de 90, a Vila
Rica, antigo bairro operário, começa a funcionar como referência
para a venda no "varejo" de drogas como a cocaína.
A tendência se confirma com a
entrada do crack, principalmente
nos primeiros anos da década,
atingindo crianças e adolescentes,
que passam a trabalhar para o
narcotráfico em troca da droga.
Bairros como a Vila Boa Vista,
na estrada que liga Campinas a
Monte Mor, Jardim São Fernando, Vila Industrial, Vila Brandina,
Vila Costa e Silva, Vila Industrial e
Parque Industrial também "aderem" ao narcotráfico.
As polícias Civil e Militar vão registrar na cidade as "guerras" de
quadrilhas que comandam o tráfico. Pontos da rodovia Anhanguera viram locais de carga e descarga das drogas, que, como o ouro da era colonial, têm Campinas
como entreposto de comercialização.
O tráfico se articula pela cidade
em pontos como Núcleo Residencial Vida Nova, Jardim São Marcos e Santa Mônica, onde as quadrilhas "assumem" o comando de
ruas e o papel que caberia ao poder público.
Cidades da região, como Sumaré e Hortolândia, ligadas economicamente a Campinas, também
cedem ao narcotráfico, atividade
econômica que, apesar da ilegalidade, cresce durante a década
passada.
O tráfico chega às proximidades
de bairros nobres em lugares como a Vila Brandina, vizinha de
bairros como Nova Campinas e
Jardim Flamboyant.
As constantes ofensivas da polícia, apesar das prisões de traficantes, fazem com que os criminosos
adotem esquema de rodízio do
tráfico, mudando constantemente os pontos de lugar.
Os rodízios, no entanto, fazem
com que o comércio de drogas seja mantido sempre nos mesmos
bairros.
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