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OUTRO LADO
Envolvidos negam responsabilidades
free-lance para a Folha Campinas
O médico legista Fortunato Badan Palhares disse que alertou, no
dia 13 de maio de 98, o diretor do
DML da Unicamp, o foneticista Ricardo Molina Figueiredo, sobre o
abandono das ossadas removidas
do Cemitério de Perus.
As informações e críticas sobre a
falta de conservação no local onde
as ossadas foram colocadas estão
em documento anexado por Palhares a um dossiê entregue em 22
de dezembro de 98 ao reitor da
Unicamp, Hermano Tavares.
No documento, ele afirma que o
local onde as ossadas estão apresenta "uma sujeira espantosa".
As ossadas, segundo Palhares,
estão em "uma situação deplorável, irreconhecível e inadmissível".
Figueiredo, assim como a assistente social Cristina Von Zuben, da
área de bioética do DML, afirmam
que as ossadas estão da mesma forma que foram deixadas pelos legistas que trabalharam nas perícias.
Figueiredo disse que a data do
documento é posterior à conclusão do relatório feito pela Comissão de Transferência das Ossadas
de Perus, que é contrária à permanência de Badan no caso.
O médico legista Nelson Massini,
ex-professor da Unicamp que
acompanhou os primeiros meses
das perícias, disse que pode ter havido falta de "metodologia científica adequada" dos legistas que trabalharam no caso.
Palhares afirma que a responsabilidade pelo abandono é de Figueiredo.
Segundo ele, as ossadas, antes separadas por grupos de estudos, estavam misturadas, inviabilizando
todo o seu trabalho.
Palhares afirmou à Folha que
não comenta mais o assunto, pois
tudo o que tinha a dizer sobre o caso está no relatório.
O reitor disse, por meio de sua
assessoria de imprensa, que a Unicamp esgotou todas as possibilidades de identificar as ossadas.
A assessoria de imprensa da USP
informou que, para a universidade
receber as ossadas, é necessário pedido da Secretaria da Segurança.
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