São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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PANORÂMICA

FÍSICA

Após correções, estudo ainda levanta suspeita sobre falha em teoria de partículas
Resultados obtidos em um acelerador de partículas nos EUA continuam intrigando os cientistas, mesmo 18 meses depois da observação inicial. Eles contêm a indicação de que a teoria mais sólida da física, que lista as partículas que compõem o mundo, pode estar incompleta.
No ano passado, cientistas do Laboratório Nacional de Brook-haven, em Long Island, haviam anunciado o resultado de experimentos que pareciam indicar a existência de um tipo de matéria não previsto pelo modelo tradicional. Eles haviam medido o comportamento de um tipo mais pesado de elétron, o múon.
Sua vibração durante a observação representava a interação da partícula com todas as outras que costumam emergir e desaparecer no espaço vazio (uma das propriedades estranhas do mundo quântico é que chamadas "partículas virtuais" podem aparecer e desaparecer por curtos intervalos de tempo, mas, ainda assim, interagir com as partículas "reais" no período).
Os cientistas experimentais do laboratório pediram ajuda aos teóricos, para que eles calculassem, a partir do chamado Modelo Padrão, o que deveria ser esperado dessa "dança de partículas". O resultado, anunciado em fevereiro do ano passado, foi surpreendente: ele indicava que todas as partículas da teoria tradicional não eram suficientes para descrever o movimento do múon. Em outras palavras, deveria haver partículas não previstas pelo Modelo Padrão.
Acontece que o trabalho dos teóricos não parou, e não demorou para que se descobrissem erros nos cálculos. Desde então, prosseguiram trabalhando para acertar as contas. Novos resultados foram obtidos, e o desvio com relação às predições é muito menor do que antes. Mas ainda há margem para uma brecha na tradicional teoria de partículas. (DO "THE NEW YORK TIMES")


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