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UE negocia acordos científicos
com instituições brasileiras
da Sucursal de Brasília
A União Européia (UE) está negociando com o Brasil acordos
nas áreas de ciência e tecnologia,
uso pacífico da energia nuclear e
inspeção fitossanitária.
O coordenador para o Brasil na
Comissão Européia, o espanhol
Tomas Abadia, encerrou ontem
visita de duas semanas ao Brasil.
Ele deu partida a conversações
com esse objetivo, que deverão se
acelerar até a realização, em maio
de 2000, em Bruxelas, da primeira
reunião desde 1996 da comissão
mista União Européia-Brasil.
O Brasil está atrasado em relação ao segundo maior país da
América do Sul, a Argentina, que
já assinou acordos setoriais de
ciência e tecnologia e nuclear.
Uma subcomissão científica
mista foi criada em 1996, mas
nunca chegou a ser ativada.
A União Européia demonstra
especial interesse em acelerar o
acordo nuclear, que vai prever a
cooperação para aplicações da
energia nuclear em medicina e
agricultura, no tratamento de dejetos nucleares e na assistência a
vítimas de contaminação nuclear.
No setor de ciência e tecnologia,
embora o aporte de recursos da
União Européia para o Brasil não
tenha a perspectiva de ser de
grande porte, há planos ambiciosos quanto a intercâmbio de pesquisadores, docentes e estudantes
e a transferência de tecnologia.
O acordo com o Brasil na área
de ciência e tecnologia deverá seguir o padrão do assinado na semana passada com a Argentina.
Ele prevê empréstimo de equipamentos e material, troca de informações e dados, patrocínio para
simpósios e seminários, além de
estágios de pesquisadores.
Os acordos fitossanitários são
dois. Um, que já está em fase
avançada, vai prever o reconhecimento mútuo da inspeção realizada em vinhos e produtos à base
de uva. O outro, mais abrangente,
ainda vai demorar algum tempo
para ser finalizado e assinado.
A mais recente reunião da comissão mista havia definido que a
cooperação nas áreas de economia, ambiente e desenvolvimento
social seria a prioridade das relações entre UE e Brasil. A viagem
de Abadia teve o objetivo de dar
materialidade a essas prioridades.
Além dos acordos, ele tratou de
projetos de cooperação em três
setores. Um deles, o de centros
tecnológicos para incentivo a pequenas e médias empresas.
O outro compreende programas para administração pública.
Três deles estão quase prontos para assinatura. Um é para a reforma da administração pública, outro para a melhoria do sistema fiscal e o terceiro para a reforma da
polícia em vários Estados.
O terceiro setor para cooperação tratado por Abadia em sua visita foi o de artesanato. Ele e Ruth
Cardoso, presidente do conselho
do Comunidade Solidária, conversaram sobre esse assunto.
A idéia é trazer para o Nordeste
brasileiro a experiência européia
de pequenas e microempresas de
artesanato. Também há a possibilidade de mobilização de recursos
europeus para esse fim.
Além de Brasília, Abadia visitou
Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
Antes de cuidar do Brasil na Comissão Européia, Abadia, formado em direito pela Universidade
Valencia, foi o responsável pela
Argentina.
(CELS)
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