UOL


São Paulo, segunda-feira, 03 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nasa ignorou risco, dizem críticos

DA REDAÇÃO

Com a explosão do ônibus espacial Columbia, voltam a reverberar nos ouvidos da Nasa as mesmas críticas que já soaram quando o Challenger foi pelos ares, em 1986.
A escalada de problemas com a frota de veículos durante o ano passado e as "rápidas soluções" oferecidas pela agência espacial americana (como quando pequenas fissuras foram detectadas nos dutos de combustível dos então quatro veículos) podem agora cobrar seu preço numa perda incalculável de vidas e de prestígio.
Vários engenheiros dizem que os avisos já haviam sido dados. Um técnico aposentado da Nasa, José Garcia, disse ter alertado até o então presidente Bill Clinton para os cortes no orçamento nos anos 1990, que estariam prejudicando verificações de segurança nos ônibus espaciais, mas nenhuma medida foi tomada.
"Os técnicos sempre dizem, "É mais seguro do que sempre foi. Segurança primeiro". Todas essas palavras vêm fácil", diz.
Outro ex-técnico da Nasa, Don Nelson, disse a um jornal britânico que pediu ao presidente Bush para investir e "evitar outro catastrófico acidente com o ônibus espacial", por temores de segurança, mas nada foi feito. "Eu acho que o que aconteceu é que, vagarosamente, a cultura de segurança da Nasa se erodiu", disse.
Em setembro de 2001, o senador norte-americano Bill Nelson disse numa audiência sobre a segurança dos ônibus espaciais que o orçamento para o programa espacial havia abandonado "algumas das mais críticas atualizações de segurança para nossa frota em processo de envelhecimento".


Texto Anterior: Tragédia: Superaquecimento é o principal suspeito
Próximo Texto: Trio da ISS deve voltar com russos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.