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Trio da ISS deve voltar com russos
DA REDAÇÃO
Diante da interrupção no programa dos ônibus espaciais, os astronautas americanos Ken Bowersox e Don Pettit e o cosmonauta russo Nikolai Budarin,
atualmente estacionados a bordo
da ISS (Estação Espacial Internacional), devem voltar à Terra numa nave russa Soyuz.
A volta deles estava prevista originalmente para março, pegando
uma "carona" no próximo vôo do
Atlantis à estação. Agora, provavelmente não será possível seguir
os planos originais. A agência espacial russa já manifestou interesse em ajudar com a atual crise gerada pela explosão do Columbia.
Um veículo não-tripulado Progress partiu ontem de Baikonur,
no Cazaquistão, levando suprimentos aos astronautas. Segundo
Ron Dittemore, chefe do programa dos ônibus espaciais, o novo
abastecimento deve permitir que
o trio permaneça até junho sem a
visita de um outro veículo.
O grande problema deve surgir
quando eles partirem. A Nasa já
estuda um plano de contingência
para deixar a estação temporariamente desabitada, mas é imperativo que ela não fique abandonada por muito tempo, para que
permaneça habitável. O programa espacial russo, por sua vez,
não tem recursos necessários para compensar a paralisia dos veículos americanos -que são responsáveis por todas as remessas
de peças e módulos à estação.
A montagem do complexo deve
ficar, portanto, interrompida. A
agência espacial russa já reduziu
seus trabalhos na estação, contando com uma paralisação de pelo
menos um ano dos ônibus espaciais. Originalmente, só em 2003,
a Nasa planejava lançar cinco novas missões rumo à ISS. Agora,
somente quando as investigações
estiverem concluídas e os potenciais defeitos, corrigidos é que os
vôos serão retomados.
"Isso é um grande atraso para a
estação, porque, durante o restante do ano, os ônibus espaciais deveriam carregar várias peças
grandes para montagem", disse
John Logsdon, diretor do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington.
Dittemore disse estar certo de
que o programa dos ônibus espaciais, muito questionado no passado quanto à sua real eficiência e
segurança, vai continuar. E Sean
O'Keefe promete que será o mais
rápido possível. Mesmo assim, é
difícil acreditar que aconteça antes de 2004 -e isso com sorte.
Mesmo quando tudo estiver de
volta aos lugares e a Nasa estiver
pronta para lançar gente ao espaço novamente, é preciso lembrar
que a frota já encolheu 40% desde
sua concepção. Com o Challenger
e o Columbia fora da lista, os técnicos da agência espacial americana terão de repensar seu cronograma apenas com o Atlantis, o
Endeavour e o Discovery.
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