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Mato Grosso perde 18,58 mil km2 de cerrado e de florestas tropicais
DA AGÊNCIA FOLHA
O desmatamento no Estado de
Mato Grosso aumentou 133%, no
período de maio de 2002 a maio
de 2003, em comparação com o
ano anterior, de acordo com a Fema (Fundação Estadual do Meio
Ambiente). As fotos de satélite
mostraram que 18,58 mil km2 de
cerrado e de floresta amazônica
foram desmatados. No período
entre 2001 e 2002, a devastação
havia sido de 7,95 mil km2.
Dos 18,58 mil km2, apenas 5,55
mil km2 correspondem a derrubadas autorizadas pelos órgãos ambientais. O restante foi desmatado
ilegalmente. Não há especificação
do percentual de áreas da Amazônia e de cerrado.
O fato surpreende pelo fato de o
Estado ter sido pioneiro na monitoração de desmatamento por satélite. A preservação ambiental
também foi uma das bandeiras de
campanha do atual governador
do Estado, o sojicultor Blairo
Maggi (PPS). Sua assessoria de
imprensa informou que ele não
comentaria os resultados ontem.
Crítica a Brasília
O presidente da Fema e secretário especial do Meio Ambiente,
Moacir Pires de Miranda, disse
que estão sendo adotadas várias
medidas de combate ao desmatamento, como programas de preservação das matas ciliares e de
educação ambiental. Ele criticou
o que considera ser falta de uma
política federal.
"O que existe hoje é uma medida provisória que estabelece como área de preservação 80%, no
caso da Amazônia, ou 35% do
cerrado. Como isso não é lei, os
proprietários ficam na expectativa de que seja derrubado. Quem
comprou propriedade antes da
MP podia explorar 50% da terra,
isso é um direito adquirido, pode
desvalorizar o terreno", disse.
O presidente da Fema também
afirma que, nos anos anteriores,
os dados de desmatamento haviam sido superiores aos do biênio passado. Entre 94 e 95, o total
desmatado foi de 30,12 mil km2 e,
entre 96 e 97, de 25,36 mil km2.
"O que aconteceu é que no ano
passado passávamos por um período pós-eleitoral. As pessoas
não sabiam muito bem a definição política que haveria, e o Brasil
estava em ritmo de crescimento.
O Mato Grosso é o maior produtor de grãos, tem grande participação na pecuária e no cultivo de
algodão, por exemplo."
O município de Paranatinga lidera o ranking de área desmatada
(3,04% do território), seguido por
Tabapoã, Nova Ubiratã, Vila Rica
e Colniza. Segundo Miranda, a fiscalização está sendo intensificada.
(ADRIANA CHAVES)
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