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Centro estuda cristais
do enviado especial a Campinas
A missão do ônibus espacial Discovery, da qual participou o astronauta John Glenn, 77, deverá voltar à Terra trazendo dez proteínas
brasileiras que foram cristalizadas
no espaço, em condições de quase
nenhuma gravidade, e que serão
analisadas pela luz síncrotron do
LNLS, em Campinas.
O exame de cristais de proteínas
normalmente é realizado para estudar o mecanismo de determinadas doenças e para o desenvolvimento de novas drogas. Entre as
proteínas enviadas ao espaço,
duas são do LNLS.
Uma delas está presente em sementes de flambloiaiã. Segundo
Igor Polikarpov, diretor do laboratório, a proteína é um inibidor
de tripsina, que funciona como
uma "arma" da árvore na defesa
contra os insetos.
A proteína estaria ligada à coagulação sanguínea no homem, já
que as proteínas que determinam
essa reação, segundo o pesquisador, agiriam de forma semelhante
ao inibidor de tripsina.
A segunda proteína é a beta-manosidase, encontrada fungos que
causam nos seres humanos doenças no sistema nervoso. Como sua
estrutura não é conhecida, os pesquisadores pretendem examinar
seus cristais para entender como o
fungo atua na doença.
Segundo Polikarpov, Além do
estudo das proteínas, também serão avaliadas as principais diferenças que ocorrem entre a cristalização em Terra e no espaço.
"Devemos fazer estudos para determinar a diferença na qualidade
dos dados obtidos", diz.
Leva-se de duas horas a seis horas para se obter, no síncrotron,
todos os dados necessários para o
estudo dos cristais. "Sem esse sistema, o levantamento de dados tomaria cerca de 30 horas", diz Polikarpov.
(MaF)
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