São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2004

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EGIPTOLOGIA

Monumento em Gizé teria sido construído pelo filho de Quéops numa homenagem a seu pai, afirma arqueólogo

Faraó esquecido fez Esfinge, diz francês

Niels Andreas - 10.nov.1998/Folha Imagem
Esfinge de Gizé, com uma das grandes pirâmides vista ao fundo


CIAR BYRNE
DO "INDEPENDENT"

A charada da Esfinge tem confundido gerações de turistas e especialistas. Quem a construiu, o que significa e por quê? Agora um egiptologista acredita ter encontrado a resposta.
Após pesquisas as pirâmides da planície de Gizé e sua guardiã meio-humana, meio-animal por 20 anos, Vassil Dobrev, um franco-búlgaro trabalhando para o Instituto Arqueológico Francês no Cairo, concluiu que a Esfinge foi trabalho de um faraó quase totalmente esquecido.
Há muitos anos, acredita-se que Khafre, um rei da quarta dinastia cuja tumba piramidal se localiza atrás da Esfinge, tenha construído o monumento à sua própria imagem. Mas Dobrev acredita que a Esfinge foi de fato criada mais de 4.500 anos atrás, por Djedefre, meio-irmão de Khafre e filho de Khufu (Quéops), o construtor da Grande Pirâmide de Gizé.
Quando Khufu morreu, o povo do Egito antigo estava enfadado, após décadas e décadas de construção de pirâmides, argumenta Dobrev. Ele defende que Djedefre, que sucedeu Khufu como faraó, construiu o monumento à imagem de seu pai, identificando-o com o deus-sol egípcio, Rá, como uma peça de propaganda destinada a restaurar o respeito pela atual dinastia no poder.
Dobrev desafia a versão atualmente aceita das origens da Esfinge e do reinado de Djedefre, que chegou perto de ser apagado da história antiga.
"Essa é a primeira vez que propõem que a Esfinge foi construída após a morte de Khufu, por seu filho Djedefre", disse Dobrev.
Embora Khufu e Khafre tenham ambos construído enormes pirâmides em Gizé, Djedefre construiu uma pirâmide menor a vários quilômetros dali.
Robert Partridge, editor da revista "Ancient Egypt" e membro da Universidade de Manchester, acredita que, embora Dobrev apresente uma teoria lógica, faltam evidências para prová-la.
"O fato de que o nome de Djedefre apareça em Gizé não é surpreendente. Era a obrigação do filho completar o enterro de seu pai", diz Partridge. Ele apóia uma teoria publicada na última edição da "Ancient Egypt" por Colin Reader, que diz que a Esfinge foi construída antes das Grandes Pirâmides e não poderia ser trabalho de Khufu, Khafre ou Djedefre.


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