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Grupo cria projeto de cooperação
internacional para estudar dengue
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de especialistas de diversos países está reunido desde
ontem em São Paulo com o objetivo de determinar o futuro rumo
das pesquisas que devem fornecer
as armas para vencer a guerra
contra a dengue.
O encontro, que está sendo realizado no Instituto de Ensino e
Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, lança as bases para
o estabelecimento de uma rede de
cooperação entre cientistas da
França e de vários países da América do Sul para atacar esse e, potencialmente, outros vírus emergentes. "A reunião é um ponto de
partida para a criação de um projeto, que será o piloto da Cooperação Amsud-Pasteur", diz Carlos
Alberto Moreira Filho, coordenador do evento que acaba hoje.
A Cooperação Amsud-Pasteur,
estabelecida em 2001 entre o Mercosul e o famoso Instituto Pasteur, na França, tem por objetivo
estabelecer projetos de pesquisa
conjuntos entre instituições do
Cone Sul e da França. Grandes
centros nacionais estão engajados
no projeto, como a USP, o Instituto Ludwig e o Albert Einstein.
A reunião em São Paulo é composta por um pequeno grupo de
pesquisadores, que estão "trocando figurinhas" sobre dengue. "É
uma reunião casual, estamos
apresentando resultados não-publicados e falando francamente
sobre o assunto", diz Vincent
Deubel, diretor científico do Laboratório de Segurança Máxima
Jean Mérieux (P4), da França, referência mundial no estudo de vírus assassinos, como o ebola.
A idéia é que os pesquisadores
se conheçam, troquem idéias e
elaborem juntos estratégias para
acelerar o progresso das pesquisas. As frentes de batalha estão
nas áreas de biologia molecular e
epidemiologia -entender como
o vírus varia em seu código genético, o que o torna letal (a chamada dengue hemorrágica), por que
as pessoas reagem de formas diferentes a ele e o que há de especial
no mosquito que o transmite, o
Aedes aegypti. Claro, tudo isso como pesquisa básica. "Precisamos
saber essa informação antes que
possamos criar formas de tratamento e controle", diz Deubel.
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