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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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Grupo cria projeto de cooperação internacional para estudar dengue

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de especialistas de diversos países está reunido desde ontem em São Paulo com o objetivo de determinar o futuro rumo das pesquisas que devem fornecer as armas para vencer a guerra contra a dengue.
O encontro, que está sendo realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, lança as bases para o estabelecimento de uma rede de cooperação entre cientistas da França e de vários países da América do Sul para atacar esse e, potencialmente, outros vírus emergentes. "A reunião é um ponto de partida para a criação de um projeto, que será o piloto da Cooperação Amsud-Pasteur", diz Carlos Alberto Moreira Filho, coordenador do evento que acaba hoje.
A Cooperação Amsud-Pasteur, estabelecida em 2001 entre o Mercosul e o famoso Instituto Pasteur, na França, tem por objetivo estabelecer projetos de pesquisa conjuntos entre instituições do Cone Sul e da França. Grandes centros nacionais estão engajados no projeto, como a USP, o Instituto Ludwig e o Albert Einstein.
A reunião em São Paulo é composta por um pequeno grupo de pesquisadores, que estão "trocando figurinhas" sobre dengue. "É uma reunião casual, estamos apresentando resultados não-publicados e falando francamente sobre o assunto", diz Vincent Deubel, diretor científico do Laboratório de Segurança Máxima Jean Mérieux (P4), da França, referência mundial no estudo de vírus assassinos, como o ebola.
A idéia é que os pesquisadores se conheçam, troquem idéias e elaborem juntos estratégias para acelerar o progresso das pesquisas. As frentes de batalha estão nas áreas de biologia molecular e epidemiologia -entender como o vírus varia em seu código genético, o que o torna letal (a chamada dengue hemorrágica), por que as pessoas reagem de formas diferentes a ele e o que há de especial no mosquito que o transmite, o Aedes aegypti. Claro, tudo isso como pesquisa básica. "Precisamos saber essa informação antes que possamos criar formas de tratamento e controle", diz Deubel.


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