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ESPAÇO
Objeto desconhecido teria furado asa e permitido entrada de ar superaquecido
Plasma pode ter abatido Columbia
DA REDAÇÃO
A comissão que investiga o desastre do ônibus espacial Columbia disse que um buraco na cobertura de alumínio da asa esquerda
pode ter causado a destruição da
nave. A perfuração teria permitido que ar superaquecido (na forma de plasma) penetrasse no Columbia durante a reentrada.
A conclusão derruba a principal
hipótese até então para explicar o
desastre. Segundo essa teoria,
pastilhas de cerâmica que protegiam a parte inferior da espaçonave do calor da reentrada teriam sido danificadas ou perdidas, deixando o Columbia vulnerável.
Segundo a comissão liderada
pelo almirante da reserva Harold
Gehman, "a transferência de calor
pela estrutura da nave, se fosse
causada por uma pastilha perdida, não teria sido suficiente para
causar as temperaturas medidas
nos últimos minutos de vôo".
Para os investigadores, só um
jato de ar em forma de plasma,
que pode atingir mais de 1.000C
nas condições da reentrada na atmosfera, poderia ter causado o
aquecimento e a falha de sensores
que foram detectados antes que o
Columbia se desintegrasse.
O plasma, conhecido como o
quarto estado da matéria, é um
gás superaquecido e capaz de
conduzir eletricidade, cujos elétrons escapam dos núcleos dos
átomos. Tochas de plasma cortam aço e são usadas em incineradores de lixo de alta tecnologia.
A velocidade da reentrada faz
com que o atrito do ônibus espacial com os gases da atmosfera os
aqueça até a forma plasmática. A
comissão, contudo, diz que ainda
não é possível saber como o buraco por onde a rajada de plasma
entrou foi criado.
As primeiras suspeitas de dano
na estrutura do Columbia se concentravam num pedaço de espuma do isolamento térmico do tanque de combustível, que atingiu a
asa esquerda 80 segundos depois
do lançamento. Mas a Nasa descartou essa hipótese na semana
passada, dizendo que a espuma
era pequena e leve demais para
causar danos reais.
Também não se sabe ainda onde a abertura teria aparecido. Algumas possibilidades são o bordo
de ataque da asa (a parte dianteira
da estrutura) ou o compartimento do trem de pouso. Seja como
for, o plasma deve ter explodido
os pneus do trem de pouso e causado danos catastróficos em toda
a nave (veja quadro à direita).
A comissão de investigadores
também descartou a hipótese de
que o problema tivesse sido causado por uma descida prematura
do trem de pouso durante o processo de reentrada, o que poderia
ter permitido a entrada dos jatos
de plasma verificada na análise.
Com agências internacionais
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