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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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SAÚDE

Brasil já adota diretriz médica

Americanos redefinem limiar da hipertensão

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo dos EUA anunciou ontem a adoção de uma nova diretriz para classificação de níveis elevados de pressão arterial que deve colocar muitos dos que antes se consideravam saudáveis numa posição considerada de risco.
A diretriz não é novidade no Brasil, onde já é adotada pelos médicos desde 2002. "Na realidade, essa recomendação é a mesma que fizemos no ano passado", conta Décio Mion Junior, chefe da unidade de hipertensão do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
As diretrizes em uso no país foram estabelecidas por uma comissão, com representantes da Sociedade Brasileira de Hipertensão, da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Mion foi um dos coordenadores dos trabalhos. "A posição americana só consolida o nosso trabalho."
Antes, os americanos só consideravam pressão digna de fortes cuidados médicos aquela que atingia o valor de 14 por 9. As novas regras americanas, no entanto, afirmam que o risco de desenvolver doença cardíaca começa quando bem antes disso.
Os parâmetros, divulgados pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA e endossados pela Associação Americana do Coração, dizem que os pacientes precisam começar a se exercitar e a adotar uma dieta mais saudável quanto a pressão atingir 12 por 8.
"Quanto mais alta a pressão sanguínea, maior a possibilidade de ataque cardíaco, parada cardíaca, derrame e doença renal", afirma o relatório, publicado na internet numa edição especial do "Journal of the American Medical Association" (www.jama.org).
"Nós achávamos que pressões sanguíneas abaixo de 14 por 9 milímetros de mercúrio [unidade usada para medir pressão] estavam OK", afirmou num comunicado um dos autores do relatório, Daniel Jones, da Associação Americana do Coração.
A pressão arterial alta, ou hipertensão, afeta 1 bilhão de pessoas no mundo todo -cerca de 15 milhões no Brasil e 50 milhões nos EUA. Desse total, apenas 34% dos norte-americanos com hipertensão conseguem controlá-la, com exercícios, dieta e medicamentos.


Com agências internacionais


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