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SAÚDE
Brasil já adota diretriz médica
Americanos redefinem limiar da hipertensão
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo dos EUA anunciou
ontem a adoção de uma nova diretriz para classificação de níveis
elevados de pressão arterial que
deve colocar muitos dos que antes
se consideravam saudáveis numa
posição considerada de risco.
A diretriz não é novidade no
Brasil, onde já é adotada pelos
médicos desde 2002. "Na realidade, essa recomendação é a mesma
que fizemos no ano passado",
conta Décio Mion Junior, chefe da
unidade de hipertensão do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
As diretrizes em uso no país foram estabelecidas por uma comissão, com representantes da
Sociedade Brasileira de Hipertensão, da Sociedade Brasileira de
Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Mion foi um
dos coordenadores dos trabalhos.
"A posição americana só consolida o nosso trabalho."
Antes, os americanos só consideravam pressão digna de fortes
cuidados médicos aquela que
atingia o valor de 14 por 9. As novas regras americanas, no entanto, afirmam que o risco de desenvolver doença cardíaca começa
quando bem antes disso.
Os parâmetros, divulgados pelo
Instituto Nacional do Coração,
Pulmão e Sangue dos EUA e endossados pela Associação Americana do Coração, dizem que os
pacientes precisam começar a se
exercitar e a adotar uma dieta
mais saudável quanto a pressão
atingir 12 por 8.
"Quanto mais alta a pressão
sanguínea, maior a possibilidade
de ataque cardíaco, parada cardíaca, derrame e doença renal",
afirma o relatório, publicado na
internet numa edição especial do
"Journal of the American Medical
Association" (www.jama.org).
"Nós achávamos que pressões
sanguíneas abaixo de 14 por 9 milímetros de mercúrio [unidade
usada para medir pressão] estavam OK", afirmou num comunicado um dos autores do relatório,
Daniel Jones, da Associação Americana do Coração.
A pressão arterial alta, ou hipertensão, afeta 1 bilhão de pessoas
no mundo todo -cerca de 15 milhões no Brasil e 50 milhões nos
EUA. Desse total, apenas 34% dos
norte-americanos com hipertensão conseguem controlá-la, com
exercícios, dieta e medicamentos.
Com agências internacionais
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