São Paulo, domingo, 15 de junho de 2008

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Nova geração de supertelescópios renova esperança

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de cosmólogos estarem um tanto quanto imobilizados na busca de uma solução teórica para o problema da energia escura, cientistas que fazem o trabalho "braçal" na área -construir e operar telescópios- vislumbram uma oportunidade de ouro.
Um congresso no mês passado no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, reuniu representantes de vários novos projetos de observação que podem jogar luz sobre o enigma. Alguns deles, que começarão a operar na próxima década, ajudarão a investigar como a gravidade e a energia escura atuam em cada nível. Uma boa varredura no céu mostra como as estrelas se agrupam para formar galáxias, como surgem aglomerados de galáxias, como estes se juntam em superaglomerados e assim em diante.
"Numa varredura profunda, podemos ver mais objetos, e podemos aprender algo novo", diz John Peoples, um dos idealizadores do DES (Dark Energy Survey), projeto que "turbinou" o telescópio Blanco, no Chile, para essa e outras tarefas. "Pode ser que não aprendamos algo [sobre energia escura] agora, mas a astronomia se trata disso: ampliar a fronteira."
O DES, que será o primeiro projeto desenhado especificamente para tratar da energia escura, deve começar a operar em 2010. O Brasil, que ajudou a projetar os softwares que comandarão o telescópio, participará também da análise científica dos dados. É possível que surja alguma pista sobre propriedades ainda não conhecidas da energia escura ou -mais improvável- da gravidade.
Depois do DES, diversos projetos mais ousados devem entrar em cena. A Europa discute até a construção de um telescópio espacial. Até lá, pode-se descobrir, por exemplo, que a energia escura é variável. O que isso significaria? "Aí não é mais com a gente, aí os físicos de partícula que vão ter que explicar para a gente o que faz isso acontecer", diz Luiz Nicolaci da Costa, do Observatório Nacional, um dos brasileiros no DES.


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