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Nova geração de supertelescópios renova esperança
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de cosmólogos estarem um tanto quanto imobilizados na busca de uma solução
teórica para o problema da
energia escura, cientistas que
fazem o trabalho "braçal" na
área -construir e operar telescópios- vislumbram uma
oportunidade de ouro.
Um congresso no mês passado no Observatório Nacional,
no Rio de Janeiro, reuniu representantes de vários novos
projetos de observação que podem jogar luz sobre o enigma.
Alguns deles, que começarão a
operar na próxima década, ajudarão a investigar como a gravidade e a energia escura atuam
em cada nível. Uma boa varredura no céu mostra como as estrelas se agrupam para formar
galáxias, como surgem aglomerados de galáxias, como estes se
juntam em superaglomerados
e assim em diante.
"Numa varredura profunda,
podemos ver mais objetos, e
podemos aprender algo novo",
diz John Peoples, um dos idealizadores do DES (Dark Energy
Survey), projeto que "turbinou" o telescópio Blanco, no
Chile, para essa e outras tarefas. "Pode ser que não aprendamos algo [sobre energia escura]
agora, mas a astronomia se trata disso: ampliar a fronteira."
O DES, que será o primeiro
projeto desenhado especificamente para tratar da energia
escura, deve começar a operar
em 2010. O Brasil, que ajudou a
projetar os softwares que comandarão o telescópio, participará também da análise científica dos dados. É possível que surja alguma pista sobre propriedades ainda não conhecidas da energia escura ou -mais
improvável- da gravidade.
Depois do DES, diversos projetos mais ousados devem entrar em cena. A Europa discute
até a construção de um telescópio espacial. Até lá, pode-se
descobrir, por exemplo, que a
energia escura é variável. O que
isso significaria? "Aí não é mais
com a gente, aí os físicos de partícula que vão ter que explicar
para a gente o que faz isso acontecer", diz Luiz Nicolaci da Costa, do Observatório Nacional,
um dos brasileiros no DES.
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