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Geografia não contribuiu com a separação
DA REPORTAGEM LOCAL
No passado, tanto a Cacajao ayresi quanto a Cacajao hosomi tinham um
ancestral comum, como
era o esperado.
Mas, ao contrário do
que seria mais provável,
segundo Jean Boubli, não
foi uma barreira geográfica que ajudou na diferenciação das duas espécies.
"A nossa descoberta
questiona a teoria de que
os rios amazônicos funcionam como uma barreira e que, portanto, são eles
que produzem a especiação na Amazônia", diz o
pesquisador carioca radicado na Nova Zelândia.
No artigo escrito pelo
grupo brasileiro, a explicação que surge para demonstrar como a diversidade dos macacos do norte do rio Negro aumentou
ao longo do tempo é nova.
"Para nós, a exclusão
competitiva entre os grupos pode ser o mecanismo
causador da especiação",
afirma o cientista.
Ou seja, o espaço geográfico ocupado pelas
duas espécies de macaco
não foi cortado ao meio
por um rio qualquer.
Mas foi delimitado por
fatores mais tênues, que
são mantidos até hoje.
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