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56ª SBPC
Técnica foi usada em zôo
Testes de DNA acham par ideal para araras
SALVADOR NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
Um grupo de pesquisadores
conseguiu desenvolver um sistema altamente eficiente de aconselhamento matrimonial baseado
em testes de DNA. Mas é bom
alertar: ele só serve para araras.
A idéia foi aplicada no Parque
Zoológico de Sorocaba e divulgada durante a 56ª Reunião Anual
da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), evento
que termina amanhã em Cuiabá,
capital de Mato Grosso.
O desenvolvimento dessa estratégia de escolher o "par ideal" para araras solteiras é na verdade só
um dos potenciais usos das análises do patrimônio genético de indivíduos e populações na conservação de espécies ameaçadas, segundo Cristina Miyaki, pesquisadora da USP especializada em psitacídeos -grupo de aves que engloba papagaios e araras.
A metodologia aplicada em Sorocaba consistiu na análise do
material genético de diversos espécimes de ararajuba, preservados em cativeiro. Comparando o
DNA de cada um deles, foi possível determinar um chamado "índice de similaridade" -valor que
diz o quanto dois animais são geneticamente parecidos.
No caso do zôo, a idéia era escolher pares para formar casais que
promovessem a preservação da
diversidade genética. Mas é apenas um dos usos da técnica.
Os exames são parecidos com
os testes de paternidade que são
feitos hoje. Mas, no caso da conservação, eles fazem bem mais do
que definir quem vai pagar a pensão alimentícia.
Sua utilidade às vezes se faz presente numa determinação aparentemente trivial -descobrir
quais psitacídeos são machos e
quais são fêmeas. Muitas das espécies não têm dimorfismo sexual -os sexos são superficialmente idênticos. "Às vezes até o
comportamento deles em cativeiro impede a identificação", diz
Miyaki. "Pensamos que há um
macho e uma fêmea e quando vamos ver, são dois machos."
O método também pode ser
usado para estudar o grau de risco
de extinção em que se encontram
determinadas espécies com base
na variação genética.
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