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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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ASTRONOMIA

Equipe tem brasileiro

Planeta extra-solar expõe futuro da Terra

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisadores da Europa e do Brasil acabam de identificar um mundo distante, com cinco a dez vezes a massa de Júpiter, que está para ser engolido por sua estrela, um astro moribundo a 396 anos-luz daqui. É um belo vislumbre do que a Terra deve enfrentar daqui a 5 bilhões de anos, quando o Sol também inchar a ponto de engolir os planetas mais próximos.
Para a infelicidade dos astrônomos, o planeta recém-descoberto orbitando a estrela gigante HD 47536 não vai ser engolfado nem amanhã, nem num período razoável para qualquer observação -quem quiser ver a destruição daquele mundo vai ter de esperar pelo menos alguns milhões de anos. Mas já é um grande feito detectar um planeta em volta de uma estrela desse tipo.
A crescente instabilidade desses astros gigantes, que incham ao entrar na fase final de suas vidas, dificulta um bocado a detecção de astros menores. "Precisamos excluir as outras explicações antes de afirmarmos que é um planeta", explica Licio da Silva, astrônomo do Observatório Nacional do Rio de Janeiro e co-autor da pesquisa, que contou com participantes de Alemanha, Itália e Suíça.
A descoberta, na verdade, foi o bônus de um grande "censo" astronômico de 80 estrelas, a maioria gigantes. O objetivo principal era estudar a evolução desses astros conforme se aproximam de sua "morte" (quando o hidrogênio, o combustível que os alimenta, já não está mais presente na quantidade suficiente para sustentar o processo que os faz brilhar e produzir energia). Mas trata-se do primeiro planeta extra-solar adicionado à lista por um estudo com envolvimento nacional.
E outros devem vir por aí. "Temos mais dois candidatos [em outras estrelas", mas ainda precisamos de mais observações antes de confirmá-los", diz Da Silva. O estudo, feito no ESO (Observatório Europeu do Sul), instalado no Chile, será publicado pela revista "Astronomy & Astrophysics".


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