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ASTRONOMIA
Equipe tem brasileiro
Planeta extra-solar expõe futuro da Terra
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisadores da Europa e do
Brasil acabam de identificar um
mundo distante, com cinco a dez
vezes a massa de Júpiter, que está
para ser engolido por sua estrela,
um astro moribundo a 396 anos-luz daqui. É um belo vislumbre do
que a Terra deve enfrentar daqui a
5 bilhões de anos, quando o Sol
também inchar a ponto de engolir
os planetas mais próximos.
Para a infelicidade dos astrônomos, o planeta recém-descoberto
orbitando a estrela gigante HD
47536 não vai ser engolfado nem
amanhã, nem num período razoável para qualquer observação
-quem quiser ver a destruição
daquele mundo vai ter de esperar
pelo menos alguns milhões de
anos. Mas já é um grande feito detectar um planeta em volta de
uma estrela desse tipo.
A crescente instabilidade desses
astros gigantes, que incham ao
entrar na fase final de suas vidas,
dificulta um bocado a detecção de
astros menores. "Precisamos excluir as outras explicações antes
de afirmarmos que é um planeta",
explica Licio da Silva, astrônomo
do Observatório Nacional do Rio
de Janeiro e co-autor da pesquisa,
que contou com participantes de
Alemanha, Itália e Suíça.
A descoberta, na verdade, foi o
bônus de um grande "censo" astronômico de 80 estrelas, a maioria gigantes. O objetivo principal
era estudar a evolução desses astros conforme se aproximam de
sua "morte" (quando o hidrogênio, o combustível que os alimenta, já não está mais presente na
quantidade suficiente para sustentar o processo que os faz brilhar e produzir energia). Mas trata-se do primeiro planeta extra-solar adicionado à lista por um estudo com envolvimento nacional.
E outros devem vir por aí. "Temos mais dois candidatos [em
outras estrelas", mas ainda precisamos de mais observações antes
de confirmá-los", diz Da Silva. O
estudo, feito no ESO (Observatório Europeu do Sul), instalado no
Chile, será publicado pela revista
"Astronomy & Astrophysics".
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