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VLS-1
Ministro da Defesa diz que acidente em Alcântara deve se tornar estímulo para completar objetivos, mas não cita valores
Viegas quer acelerar programa brasileiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, José Viegas, disse ontem que o acidente
com o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) no Centro de Lançamento de Alcântara deverá, "se
possível, acelerar" o desenvolvimento do programa especial brasileiro e não retardá-lo. "Minha
esperança é acelerar o programa",
afirmou o ministro.
Viegas, porém, não precisou se
essa eventual aceleração significará mais verbas para a AEB (Agência Espacial Brasileira). O ministro voltou a afirmar que o acidente não aconteceu por uma suposta
falta de verbas, embora apenas
10% do orçamento da agência para 2003 tenha sido repassado a ela,
como mostrou ontem a Folha.
No acidente, ocorrido às 13h30
da última sexta-feira, 21 funcionários do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) que trabalhavam na
preparação do lançamento do
VLS-1 morreram carbonizados
depois que o primeiro estágio do
foguete foi acionado de forma
aparentemente acidental.
O lançamento do foguete era a
principal peça que ainda faltava
na MECB (Missão Espacial Completa Brasileira), cujos objetivos
são lançar satélites brasileiros a
partir de uma base nacional com
o auxílio de foguetes também brasileiros. O lançador carregava
dois satélites: o Unosat e o Satec-1.
O ministro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já
afirmara que o programa espacial
seguiria adiante e que a decisão de
alocar mais verbas para a área dependerá das diretrizes que o governo venha a adotar depois de
apuradas as causas do acidente.
Indagado se o governo já tinha
uma avaliação dos prejuízos para
reconstruir a plataforma de lançamentos no Maranhão, que ficou
em ruínas, Viegas disse que não
sabia ainda o custo da eventual reconstrução da área avariada.
Viegas disse que o programa espacial ficará "paralisado tempo
suficiente para que o governo tenha idéias claras sobre as causas
do acidente". Segundo ele, qualquer decisão sobre uso de tecnologias, como preferência por
combustível sólido ou líquido,
ainda é prematura.
Indagado se um acidente da
magnitude do acontecido em Alcântara na última sexta-feira seria
um "duro golpe" no programa espacial brasileiro, a ponto de inviabilizá-lo, o ministro disse: "Não
há programa espacial de nenhum
outro país que não tenha se desenvolvido sem acidentes. Chegou a nossa hora de amargar
mortes injustas, mas a melhor homenagem que podemos prestar a
quem morreu é levar o programa
espacial adiante".
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