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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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VLS-1

Ministro da Defesa diz que acidente em Alcântara deve se tornar estímulo para completar objetivos, mas não cita valores

Viegas quer acelerar programa brasileiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, José Viegas, disse ontem que o acidente com o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) no Centro de Lançamento de Alcântara deverá, "se possível, acelerar" o desenvolvimento do programa especial brasileiro e não retardá-lo. "Minha esperança é acelerar o programa", afirmou o ministro.
Viegas, porém, não precisou se essa eventual aceleração significará mais verbas para a AEB (Agência Espacial Brasileira). O ministro voltou a afirmar que o acidente não aconteceu por uma suposta falta de verbas, embora apenas 10% do orçamento da agência para 2003 tenha sido repassado a ela, como mostrou ontem a Folha.
No acidente, ocorrido às 13h30 da última sexta-feira, 21 funcionários do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) que trabalhavam na preparação do lançamento do VLS-1 morreram carbonizados depois que o primeiro estágio do foguete foi acionado de forma aparentemente acidental.
O lançamento do foguete era a principal peça que ainda faltava na MECB (Missão Espacial Completa Brasileira), cujos objetivos são lançar satélites brasileiros a partir de uma base nacional com o auxílio de foguetes também brasileiros. O lançador carregava dois satélites: o Unosat e o Satec-1.
O ministro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já afirmara que o programa espacial seguiria adiante e que a decisão de alocar mais verbas para a área dependerá das diretrizes que o governo venha a adotar depois de apuradas as causas do acidente.
Indagado se o governo já tinha uma avaliação dos prejuízos para reconstruir a plataforma de lançamentos no Maranhão, que ficou em ruínas, Viegas disse que não sabia ainda o custo da eventual reconstrução da área avariada.
Viegas disse que o programa espacial ficará "paralisado tempo suficiente para que o governo tenha idéias claras sobre as causas do acidente". Segundo ele, qualquer decisão sobre uso de tecnologias, como preferência por combustível sólido ou líquido, ainda é prematura.
Indagado se um acidente da magnitude do acontecido em Alcântara na última sexta-feira seria um "duro golpe" no programa espacial brasileiro, a ponto de inviabilizá-lo, o ministro disse: "Não há programa espacial de nenhum outro país que não tenha se desenvolvido sem acidentes. Chegou a nossa hora de amargar mortes injustas, mas a melhor homenagem que podemos prestar a quem morreu é levar o programa espacial adiante".


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