São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2000 |
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PALEONTOLOGIA Fóssil achado no Ceará pode ser de ancestral do tiranossauro Dinossauro é descoberto no Brasil
ANDRÉIA GOMES DURÃO DA SUCURSAL DO RIO Pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro anunciaram ontem a descoberta de uma nova espécie de dinossauro no Brasil. O animal era um carnívoro que habitou o nordeste brasileiro há 110 milhões de anos, no período Cretáceo (o último da era dos grandes répteis). Batizado de Santanaraptor placidus, o fóssil é o único a ser encontrado no país com restos de tecido mole, como fibras musculares, vasos sanguíneos e pele. Para os paleontólogos, achar esse tipo de evidência equivale a acertar na loteria. "É como se o dinossauro tivesse sido enterrado ontem", disse Alexander Kellner, geólogo do Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional e coordenador da expedição que encontrou o fóssil na região da Chapada do Araripe, Ceará (veja mapa). Com os tecidos preservados, os cientistas esperam poder saber mais sobre o modo de vida e a evolução dos répteis. Outra importante descoberta é que, na cadeia evolutiva dos dinossauros, o Santanaraptor ocuparia uma posição no grupo Tyrannoraptora, o mesmo do Tyrannossaurus rex, que habitou os EUA no final da era dos dinos. Segundo Kellner, apesar de o animal ser um baixinho (poderia atingir, no máximo, 2,5 metros de altura), suas patas e bacia têm características anatômicas muito semelhantes às do ilustre réptil norte-americano. "O Santanaraptor pode ser a espécie que deu origem ao tiranossauro 68 milhões de anos mais tarde", explicou o geólogo. Predador O exemplar de Santanaraptor encontrado pela equipe carioca foi desenterrado em 1991, mas a montagem do fóssil só foi concluída nove anos mais tarde. Tudo o que sobrou dele foram as patas e partes da cauda e da bacia, mas os pesquisadores conseguiram estimar que o bicho fosse um filhote de 1,5 metro de altura. Sua estrutura óssea é de um dinossauro ágil e veloz, que provavelmente se alimentava de pequenas presas -um raptor, na linguagem dos paleontólogos. O nome é uma alusão à região onde ele viveu (a Formação Santana). Texto Anterior: Energia nuclear: Rejeitos radioativos não são fiscalizados Próximo Texto: Biologia: Príons contaminam o organismo, diz estudo Índice |
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