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Brasil procura seu espaço no mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil ainda está tateando em
busca de sua vocação nanotecnológica. O país hoje não tem cacife
para bancar uma corrida aos circuitos em escala minúscula que
devem revolucionar a informática
em duas décadas, como fazem Estados Unidos e Japão, que investem mais de 400 milhões de dólares ao ano no setor. Mas há algumas perspectivas interessantes na
área de nanomateriais.
O grupo de Edson Leite, por
exemplo, desenvolve na Ufscar
(Universidade Federal de São
Carlos) um nanopó cinzento com
propriedades superparamagnéticas. Isso quer dizer que ele consegue mudar sua polaridade rapidamente (de negativo para positivo,
repelindo ou atraindo corrente
elétrica), o que pode até ser útil
para a criação de nanocircuitos.
Paulo César de Morais, na UnB
(Universidade de Brasília), desenvolveu um nanoímã capaz de ajudar na contenção de derramamentos de petróleo no mar. Trata-se de um composto magnético
que se mistura ao óleo e facilita
sua retirada da água.
Outras inovações nacionais incluem um dosímetro de radiação
para uso pessoal, da empresa
Ponto Quântico, de Recife, e uma
"língua eletrônica", capaz de melhorar os testes de qualidade de
vinhos e outros produtos para
consumo, desenvolvido pela Embrapa em São Carlos.
Boa parte da nanotecnologia
brasileira, entretanto, ainda está
voltada para a pesquisa básica.
Para muitos pesquisadores, entender o comportamento de moléculas e, algumas vezes, até de
átomos individuais é peça fundamental antes de desenvolver as
aplicações práticas.
O grupo liderado por Adalberto
Fazzio, do Instituto de Física da
Universidade de São Paulo, procura entender, por meio de simulações em computador, como se
formam os chamados nanofios de
ouro, estruturas muito pequenas
compostas por átomos de ouro
colocados numa fila indiana.
Os métodos aplicados por Fazzio e sua equipe estão ajudando a
esclarecer as forças envolvidas na
estruturação desses materiais minúsculos. Já Daniel Ugarte, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, observa esses nanofios na
prática, criando-os e estudando-os com microscopia.
(SN)
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