São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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DNA forneceu pistas para a descoberta

DA REPORTAGEM LOCAL

A descoberta de uma variação genética que afeta o relógio biológico foi um dos fatores que levaram o grupo da Unifesp a questionar a influência da latitude no padrão de sono.
Em 2005, Mário Pedrazzoli publicou um estudo mostrando que o gene Per3, um dos que fazem rodar o relógio celular dos animais, existe em três combinações diferentes. A proporção dessas combinações variava quando se analisava separadamente os grupos noctívago, matinal e intermediário.
O que mais o interessou, porém, foi a composição de genes num grupo de pacientes da chamada síndrome da fase atrasada do sono (SFAS). São pessoas que só conseguem sentir sono depois das 4h da madrugada e são incapazes de se adaptar a horários convencionais.
Um grupo da Universidade de Surrey (Inglaterra), havia publicado um estudo sobre o gene Per3 pouco tempo antes, mas chegara a uma conclusão diferente. A combinação genética que deixava indivíduos mais propensos à SFAS na Inglaterra era outra.
A literatura da área, contudo, registrava pelo menos um caso no qual a SFAS havia sido curada de maneira inusitada. Claude Gottesman, um médico francês, havia descrito em 2000 o caso de um paciente com uma insônia intratável -que se curou depois que o homem se mudou de Paris (latitude 4852" Norte) para o Rio (latitude 2254" Sul).
Agora, o grupo de Pedrazzoli está coletando amostras de DNA para complementar uma pesquisa sobre padrões de sono. O estudo também rendeu uma colaboração com o grupo de Surrey. Os cientistas farão experimentos com animais geneticamente alterados para tentar detalhar a interação entre genética e latitude nos padrões de sono. (RG)


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