|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DNA forneceu pistas para a descoberta
DA REPORTAGEM LOCAL
A descoberta de uma variação genética que afeta o relógio
biológico foi um dos fatores que
levaram o grupo da Unifesp a
questionar a influência da latitude no padrão de sono.
Em 2005, Mário Pedrazzoli
publicou um estudo mostrando
que o gene Per3, um dos que fazem rodar o relógio celular dos
animais, existe em três combinações diferentes. A proporção
dessas combinações variava
quando se analisava separadamente os grupos noctívago,
matinal e intermediário.
O que mais o interessou, porém, foi a composição de genes
num grupo de pacientes da chamada síndrome da fase atrasada do sono (SFAS). São pessoas
que só conseguem sentir sono
depois das 4h da madrugada e
são incapazes de se adaptar a
horários convencionais.
Um grupo da Universidade
de Surrey (Inglaterra), havia
publicado um estudo sobre o
gene Per3 pouco tempo antes,
mas chegara a uma conclusão
diferente. A combinação genética que deixava indivíduos
mais propensos à SFAS na Inglaterra era outra.
A literatura da área, contudo,
registrava pelo menos um caso
no qual a SFAS havia sido curada de maneira inusitada. Claude Gottesman, um médico
francês, havia descrito em
2000 o caso de um paciente
com uma insônia intratável
-que se curou depois que o homem se mudou de Paris (latitude 4852" Norte) para o Rio (latitude 2254" Sul).
Agora, o grupo de Pedrazzoli
está coletando amostras de
DNA para complementar uma
pesquisa sobre padrões de sono. O estudo também rendeu
uma colaboração com o grupo
de Surrey. Os cientistas farão
experimentos com animais geneticamente alterados para
tentar detalhar a interação entre genética e latitude nos padrões de sono.
(RG)
Texto Anterior: Latitude alta torna cidade mais "boêmia" Próximo Texto: Ação visa barrar redução de parque de MT Índice
|