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Detectar problemas futuros -como formação de poças no telhado, elevação da temperatura da casa ou trincas e umedecimento na estrutura- é proeza que escapa mesmo aos mais atentos.
"Os problemas vão do projeto ao uso do telhado, e por isso deve-se fazer manutenção anual", recomenda Fabiana Dias, 34, coordenadora técnica da Brasilit (fabricante de telhas). "A maioria nos procura por falha na instalação."
E os mais difíceis de detectar são justamente os que causam maior dano. São os problemas de projeto, como excesso de peso sobrecarregando a estrutura do telhado, inclinação incorreta das telhas ou umedecimento.
Um problema bastante comum é o mal dimensionamento, de acordo com Takashi Yojo, 49, pesquisador na área de estruturas em madeira do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Por causa de um erro no projeto, os pais do engenheiro Germano Vega Longo, 41, tiveram de refazer o telhado. "Ele tinha declives negativos e expulsava a água para dentro da laje", comenta Longo. "Houve um vendaval, e as telhas de fibrocimento voaram porque a infiltração já estava avançada."
Outra estripulia que pode comprometer a firmeza do telhado é mudar seu tipo de uso sem orientação especializada.
Arriscar-se a pendurar objetos pesados, instalar dutos ou trocar um forro leve por um mais pesado sem consultar profissionais pode acabar trincando as ligações das peças da estrutura e até mesmo da tesoura (conjunto de peças que sustenta a cobertura).

Inclinação
De início, o telhado se mantém aparentemente incólume. Mas, se as mudanças comprometerem a sustentação, logo a estrutura se deforma e fica "embarrigada".
"Pode quebrar a tesoura, e o telhado desaba se houver muita concentração de forças em uma área pequena", explica Yojo.
Mas nem é preciso a água escorrer pelas paredes para começar o estrago. "Se começa a ter umidade, os materiais do telhado, como o madeiramento, a laje e os conduítes, terão durabilidade menor", comenta Longo.
José Valter Paiva, 50, diretor comercial da Telhados Paiva, destaca que o desalinhamento estrutural pode ser responsável por vazamentos. "Isso pode acontecer nas ripas, caibros ou terças."
Para evitar problemas, o professor Vanderley John, 42, da Escola Politécnica da USP, sugere evitar telhados complexos na hora de projetá-los, como aqueles com calhas internas. "Não é boa idéia porque, se entupir, a água transborda e cai na laje."
Além disso, ele aconselha atenção à inclinação. "Às vezes o arquiteto recomenda um determinado caimento por questões estéticas, mas isso não funciona se a telha não for a mais apropriada." (BRUNA MARTINS FONTES)



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