São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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Projeto e estocagem adequada ajudam a combater o desperdício

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O desperdício de material na construção ainda é grande, mas há uma tendência de redução, segundo o professor da Poli-USP Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, 42.
Ele coordena uma pesquisa sobre o assunto há quatro anos e faz avaliações contínuas. Em 1999, a perda -o que se gasta a mais que o necessário- estava entre 20% e 25%. Hoje, algumas construtoras já diminuíram para 10%.
"Se considerarmos as perdas do pequeno construtor, os números são maiores, pois há pouca política de gestão nessas obras", conta.
Para quem quer gastar só o necessário, o professor dá a sua receita: projetar, não comprar o material só pelo preço, determinar a quantidade antes de começar a obra, reservar local coberto e longe de umidade para guardar os materiais, entre outras dicas.

Terra e lixo
O arquiteto Bruno Padovano, 51, presidente do Idea (Instituto para o Desenho Avançado), diz que o controle do desperdício depende do sistema construtivo. A maioria das pequenas obras é feita de forma convencional, com material produzido no canteiro.
"Quanto mais produção em obra, maior o desperdício. O ideal é que as construções partam mais para os pré-fabricados, para as edificações rápidas e secas, como já se faz em boa parte da Europa."
A boa gestão também pode colaborar para que o material seja utilizado de forma correta. É o que afirma o arquiteto Walter Maffei, 60, especialista em gerenciamento de obras.
O engenheiro civil Sarkis Nabi Curi, 45, da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), diz que os altos números de desperdício não refletem necessariamente a realidade, "pois junto há embalagens, terra e lixo". (AM)


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