da Reportagem Local

As causas da depressão não foram ainda determinadas com precisão. Segundo Dartiu da Silveira, do ponto de vista médico, "a depressão é multifatorial", teria origens múltiplas.
Uma das principais causas seria hereditária, a predisposição genética. Filhos de pais deprimidos correriam maior risco de sofrerem de depressão.
Silveira cita também os fatores como a estruturação da família, a história do paciente e a qualidade de vida. São os chamados fatores estressores do ambiente.
Segundo o psiquiatra, há um debate sobre se o estresse leva ou não à depressão, que é uma importante causa do suicídio. Em algumas situações de extremo estresse, como em guerras, a taxa de suicídio é baixa. Ao contrário, o suicídio é alto nos países escandinavos, onde as pessoas viveriam sob menor estresse, mas com menor estímulo.
Wagner Gattaz, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, diz que é pouco provável que a depressão como doença tenha a ver com meio ambiente, ou que tenha causas econômicas ou sociais.
Segundo ele, os estudos mostram prevalência parecida de doenças afetivas severas em diferentes grupos e em diferentes países e situações. Já os casos de crises depressivas podem ter causas econômicas ou sociais.
E podem variar de acordo com a idade. Gattaz cita, por exemplo, a "síndrome da casa vazia", que na Europa costuma atingir os pais no momento em que os filhos saem de casa para morar fora.
Auro Lescher, psiquiatra do Proad-Unifesp, diz que a depressão "é a patologia deste final de milênio". "A histeria, que na Europa do final do século passado era o mal psíquico da civilização, foi substituída pela depressão."
Uma depressão -segundo ele- muitas vezes mascarada por doses diárias de antidepressivos de última geração. "A quantidade de drogas antidepressivas que os laboratórios lançam no mercado reflete uma sociedade fast-food em busca de uma felicidade plastificada." (AB)


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