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EUA investigam tráfico no Brasil
WILLIAM FRANÇA
da Sucursal de Brasília
O DEA (departamento antidrogas norte-americano) está investigando, em São Paulo, uma organização criminosa internacional.
De acordo com as investigações
do departamento, a organização
estaria enviando cocaína da América do Sul à Dinamarca. Essa conexão não era conhecida das autoridades brasileiras até há pouco
tempo.
As investigações tinham caráter
sigiloso, mas tiveram de ser reveladas porque o DEA, em conjunto
com o departamento de polícia
dinamarquês, quer interrogar
dois traficantes que estão presos
no país: uma austríaca, que está
presa no Carandiru, na capital
paulista, e um dinamarquês, que
cumpre pena em Franco da Rocha, na região metropolitana de
São Paulo.
Para isso, o departamento teve
de formalizar as solicitações para
interrogar os presos aos juízes de
direito das Varas de Execuções
Criminais de São Paulo e de Franco da Rocha.
Desconhecimento
Somente a partir desses pedidos é que a Secretaria Nacional
Antidrogas (Senad), em Brasília,
foi comunicada -primeiramente pelo Poder Judiciário paulista,
somente depois, por ofício, pelo
DEA.
Segundo o titular da Senad,
Walter Maierovitch, a participação desses estrangeiros no tráfico
internacional de drogas é desconhecida até mesmo por integrantes das comissões parlamentares
de inquérito em curso no Congresso Nacional e na Assembléia
Legislativa de São Paulo para investigar o narcotráfico.
"Há uma organização criminosa que atua ou pelo menos utiliza
o Brasil como ponte, que desperta
interesse internacional e que nós
ainda não conhecemos", afirmou
Maierovitch.
Inteligência
Segundo o documento do departamento antidrogas norte-americano, o depoimento da austríaca Helena Schweidler, 41, presa em maio do ano passado com
786 gramas de cocaína, é importante para a "obtenção de dados
de inteligência para o prosseguimento das investigações".
O DEA também quer ouvir o
depoimento do dinamarquês
Frank Taur, 52, preso em novembro de 98 com 1,156 quilo da droga.
Dois policiais dinamarqueses,
Jesper Fischer e Svend Hansen,
também estariam trabalhando
nas investigações, em conjunto
com dois representantes do DEA
em São Paulo, Robert Miller e
Kyoko Shiraishi.
O escritório do departamento
antidrogas norte-americano é ligado ao consulado dos Estados
Unidos em São Paulo.
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