São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


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EUA investigam tráfico no Brasil

WILLIAM FRANÇA
da Sucursal de Brasília

O DEA (departamento antidrogas norte-americano) está investigando, em São Paulo, uma organização criminosa internacional.
De acordo com as investigações do departamento, a organização estaria enviando cocaína da América do Sul à Dinamarca. Essa conexão não era conhecida das autoridades brasileiras até há pouco tempo.
As investigações tinham caráter sigiloso, mas tiveram de ser reveladas porque o DEA, em conjunto com o departamento de polícia dinamarquês, quer interrogar dois traficantes que estão presos no país: uma austríaca, que está presa no Carandiru, na capital paulista, e um dinamarquês, que cumpre pena em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo.
Para isso, o departamento teve de formalizar as solicitações para interrogar os presos aos juízes de direito das Varas de Execuções Criminais de São Paulo e de Franco da Rocha.

Desconhecimento
Somente a partir desses pedidos é que a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), em Brasília, foi comunicada -primeiramente pelo Poder Judiciário paulista, somente depois, por ofício, pelo DEA.
Segundo o titular da Senad, Walter Maierovitch, a participação desses estrangeiros no tráfico internacional de drogas é desconhecida até mesmo por integrantes das comissões parlamentares de inquérito em curso no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa de São Paulo para investigar o narcotráfico.
"Há uma organização criminosa que atua ou pelo menos utiliza o Brasil como ponte, que desperta interesse internacional e que nós ainda não conhecemos", afirmou Maierovitch.

Inteligência
Segundo o documento do departamento antidrogas norte-americano, o depoimento da austríaca Helena Schweidler, 41, presa em maio do ano passado com 786 gramas de cocaína, é importante para a "obtenção de dados de inteligência para o prosseguimento das investigações".
O DEA também quer ouvir o depoimento do dinamarquês Frank Taur, 52, preso em novembro de 98 com 1,156 quilo da droga.
Dois policiais dinamarqueses, Jesper Fischer e Svend Hansen, também estariam trabalhando nas investigações, em conjunto com dois representantes do DEA em São Paulo, Robert Miller e Kyoko Shiraishi.
O escritório do departamento antidrogas norte-americano é ligado ao consulado dos Estados Unidos em São Paulo.


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