São Paulo, quarta-feira, 01 de março de 2000


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TRÂNSITO
Perícia responsabiliza cantor por atropelamento de motociclista, em MG
Pires excedeu velocidade, diz laudo

NOELI MENEZES
da Agência Folha

Laudo pericial divulgado ontem responsabiliza o cantor de pagode Alexandre Pires, do grupo Só Pra Contrariar, pelo acidente em que se envolveu no último dia 6, em Uberlândia (MG).
O perito Lima Neto concluiu que o músico estava em alta velocidade quando seu jipe Cherokee se chocou com a motocicleta do vendedor José Alves Sobrinho, que morreu depois de ficar três dias em coma.
Procurado pela Agência Folha, o cantor não quis comentar o resultado do laudo pericial.
Pelo impacto da batida, o jipe de Pires estava acima da velocidade permitida na via -60 km/h, segundo Neto. Mas a perícia não definiu a velocidade aproximada dos veículos porque não havia marca de frenagem no asfalto. Pires disse, em depoimento, que estava a 80 km/h.
De acordo com o laudo, o vendedor usava capacete quando o músico atingiu a traseira e a lateral esquerda de sua motocicleta.
Marco Antônio Noronha, delegado responsável pelo caso, vai interrogar os médicos Paulo César Marinho, neurologista, e Luiz Silva, geneticista, que teriam atendido o cantor após o acidente e atestado que ele ficou em estado de choque. Essa foi a alegação da família de Pires para justificar o fato de o músico não ter prestado socorro à vítima. Na ocasião, a polícia não encontrou o pagodeiro para o teste do bafômetro.
O laudo contradiz depoimentos, mas Noronha desistiu de convocar testemunhas para acareação. O fazendeiro Sionyr Silva Resende, por exemplo, afirmou que o vendedor carregava o capacete no braço e que Pires não estava em alta velocidade.
Uma suposta embriaguez do cantor também não foi apurada pela polícia, pois apenas o segurança Túlio Henrique Lopes manteve a versão de que teria visto o músico tomar uísque horas antes da colisão, na boate Coliseu.
O inquérito deve ser concluído em 10 de março. O delegado vai sugerir o indiciamento do cantor por homicídio culposo (sem intenção). Se condenado, Pires pode pegar dois a quatro anos de prisão e ter a Carteira Nacional de Habilitação suspensa.


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