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OUTRO LADO
Para empresa, estudos foram "mal conduzidos"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O laboratório Aventispharma, que produz a Novalgina, medicamento à base
de dipirona mais vendido no
país, não se manifestou sobre o possível controle de
vendas do remédio. Segundo a assessoria do laboratório, enquanto não houver
uma definição, a empresa
não comentará o assunto.
Apesar disso, o Aventispharma enviou ao Ministério Público Federal um relatório com uma defesa prévia
da substância quando descobriu a possibilidade de os
procuradores proporem
uma ação. No documento, a
empresa diz que a segurança
da dipirona foi questionada
nos anos 60 "devido a alguns
trabalhos mal conduzidos
que a associavam ao aparecimento da agranulocitose".
"É importante que se destaque que o questionamento
sobre a segurança foi realizado sem base científica sólida,
com um número relativamente pequeno de casos,
sem análise epidemiológica
rigorosa", diz o documento.
O relatório também cita
uma pesquisa de 1985, chamada "Estudo de Boston",
feita em seis países europeus. Nele teria sido verificada uma incidência de agranulocitose relacionada à dipirona de apenas 0,0002%.
O laboratório também reproduz parte de um relatório da Organização Mundial
da Saúde, que classifica o remédio como um "tratamento oral e injetável eficaz para
dor pós-operatória de moderada a grave".
Sobre a interrupção da
venda em alguns países, a
empresa diz que, na Inglaterra, isso ocorreu porque o
governo modificou as exigências para o registro de
medicamentos. Como havia,
na época, dúvidas sobre a segurança da dipirona, o laboratório Hoechst, dono da patente mundial, decidiu não
renovar o registro.
Nos EUA, o remédio teria
sido retirado do mercado
porque o FDA pediu às empresas estudos para comprovar que a dipirona não
trazia riscos e, como os laboratórios consideraram o custo alto, decidiram parar a
venda. O mesmo teria ocorrido na Suécia e na Austrália.
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