São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2001

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OUTRO LADO

Para empresa, estudos foram "mal conduzidos"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O laboratório Aventispharma, que produz a Novalgina, medicamento à base de dipirona mais vendido no país, não se manifestou sobre o possível controle de vendas do remédio. Segundo a assessoria do laboratório, enquanto não houver uma definição, a empresa não comentará o assunto.
Apesar disso, o Aventispharma enviou ao Ministério Público Federal um relatório com uma defesa prévia da substância quando descobriu a possibilidade de os procuradores proporem uma ação. No documento, a empresa diz que a segurança da dipirona foi questionada nos anos 60 "devido a alguns trabalhos mal conduzidos que a associavam ao aparecimento da agranulocitose".
"É importante que se destaque que o questionamento sobre a segurança foi realizado sem base científica sólida, com um número relativamente pequeno de casos, sem análise epidemiológica rigorosa", diz o documento.
O relatório também cita uma pesquisa de 1985, chamada "Estudo de Boston", feita em seis países europeus. Nele teria sido verificada uma incidência de agranulocitose relacionada à dipirona de apenas 0,0002%.
O laboratório também reproduz parte de um relatório da Organização Mundial da Saúde, que classifica o remédio como um "tratamento oral e injetável eficaz para dor pós-operatória de moderada a grave".
Sobre a interrupção da venda em alguns países, a empresa diz que, na Inglaterra, isso ocorreu porque o governo modificou as exigências para o registro de medicamentos. Como havia, na época, dúvidas sobre a segurança da dipirona, o laboratório Hoechst, dono da patente mundial, decidiu não renovar o registro.
Nos EUA, o remédio teria sido retirado do mercado porque o FDA pediu às empresas estudos para comprovar que a dipirona não trazia riscos e, como os laboratórios consideraram o custo alto, decidiram parar a venda. O mesmo teria ocorrido na Suécia e na Austrália.


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