UOL


São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CASO PEDRINHO

Ela está foragida

Justiça determina a prisão de Vilma Martins

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

A empresária Vilma Martins Costa, 47, acusada de sequestrar o garoto Pedrinho de uma maternidade de Brasília há 17 anos, está sendo considerada foragida pela Polícia Civil de Goiás desde ontem. Os policiais não conseguiram cumprir o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça estadual no dia 28.
O juiz Adegmar José Ferreiro, da 10ª Vara Criminal de Goiânia, acatou denúncia do Ministério Público do Distrito Federal, que concluiu que Vilma foi responsável por levar Pedro Rosalino Braule Pinto da maternidade Santa Lúcia, em 21 de janeiro de 1986.
Registrado em Goiânia como Osvaldo Borges Martins Jr., o garoto foi criado como filho natural de Vilma e seu marido, Osvaldo Martins Borges, que morreu no fim de 2002. A empresária afirmou que o casal conseguiu a criança com uma gari brasiliense, mas teriam escondido o fato para evitar a burocracia da adoção.
O pedido de prisão preventiva de Vilma se baseou nos artigos 148 e 242 do Código Penal, que tratam, respectivamente, dos crimes de sequestro e registro de filho alheio como próprio.
Entre as razões enumeradas pelo juiz para expedir o mandado estão "a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal, a garantia futura de aplicação de pena e da ordem econômica", por haver "indício de autoria" nos autos do inquérito.
Ainda ontem, o delegado titular da Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais), Antônio Gonçalves, concluiu inquérito e encaminhou denúncia contra Vilma em outro caso de sequestro de bebê envolvendo a empresária.
Vilma foi apontada como autora do sequestro de Roberta Jamilly Martins Borges, 23. Exame de DNA feito pela polícia em fevereiro, sem o consentimento da jovem, comprovou que ela é Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, filha de Francisca Maria Ribeiro da Silva, 63, que teve a filha sequestrada de uma maternidade em 79.
"O inquérito remetido ao Fórum constatou a culpabilidade da Vilma. As investigações mostraram que ela e outras duas pessoas retiraram Roberta da maternidade em Itaguari (GO)", disse Gonçalves. Para ele, Vilma teria sido auxiliada pelo médico Rubens Dantas, morto após o episódio, e uma mulher não identificada.
O advogado de Vilma, Max Lânio Leão, disse ter ficado surpreso com a determinação judicial e negou que a empresária esteja foragida. De acordo com ele, Vilma está descansando em um sítio próximo à cidade de Barra do Garças (MT) e não tomou conhecimento do pedido de prisão.
"Vou tentar entrar em contato com ela para tentarmos revogar a determinação, que é precipitada. Ela [Vilma] é ré primária, tem residência fixa e não atrapalhou o trabalho da Justiça. Ainda que haja indícios de culpabilidade, ela tem o direito de responder ao processo em liberdade."


Texto Anterior: Polícia: Delegado antipirataria é afastado
Próximo Texto: Educação: Reforma pode desfalcar universidades
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.