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CASO PEDRINHO
Ela está foragida
Justiça determina a prisão de Vilma Martins
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
A empresária Vilma Martins
Costa, 47, acusada de sequestrar o
garoto Pedrinho de uma maternidade de Brasília há 17 anos, está
sendo considerada foragida pela
Polícia Civil de Goiás desde ontem. Os policiais não conseguiram cumprir o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça estadual no dia 28.
O juiz Adegmar José Ferreiro,
da 10ª Vara Criminal de Goiânia,
acatou denúncia do Ministério
Público do Distrito Federal, que
concluiu que Vilma foi responsável por levar Pedro Rosalino
Braule Pinto da maternidade Santa Lúcia, em 21 de janeiro de 1986.
Registrado em Goiânia como
Osvaldo Borges Martins Jr., o garoto foi criado como filho natural
de Vilma e seu marido, Osvaldo
Martins Borges, que morreu no
fim de 2002. A empresária afirmou que o casal conseguiu a
criança com uma gari brasiliense,
mas teriam escondido o fato para
evitar a burocracia da adoção.
O pedido de prisão preventiva
de Vilma se baseou nos artigos
148 e 242 do Código Penal, que
tratam, respectivamente, dos crimes de sequestro e registro de filho alheio como próprio.
Entre as razões enumeradas pelo juiz para expedir o mandado
estão "a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução
criminal, a garantia futura de aplicação de pena e da ordem econômica", por haver "indício de autoria" nos autos do inquérito.
Ainda ontem, o delegado titular
da Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais), Antônio
Gonçalves, concluiu inquérito e
encaminhou denúncia contra Vilma em outro caso de sequestro de
bebê envolvendo a empresária.
Vilma foi apontada como autora do sequestro de Roberta Jamilly Martins Borges, 23. Exame
de DNA feito pela polícia em fevereiro, sem o consentimento da jovem, comprovou que ela é Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, filha de Francisca Maria Ribeiro da
Silva, 63, que teve a filha sequestrada de uma maternidade em 79.
"O inquérito remetido ao Fórum constatou a culpabilidade da
Vilma. As investigações mostraram que ela e outras duas pessoas
retiraram Roberta da maternidade em Itaguari (GO)", disse Gonçalves. Para ele, Vilma teria sido
auxiliada pelo médico Rubens
Dantas, morto após o episódio, e
uma mulher não identificada.
O advogado de Vilma, Max Lânio Leão, disse ter ficado surpreso
com a determinação judicial e negou que a empresária esteja foragida. De acordo com ele, Vilma
está descansando em um sítio
próximo à cidade de Barra do
Garças (MT) e não tomou conhecimento do pedido de prisão.
"Vou tentar entrar em contato
com ela para tentarmos revogar a
determinação, que é precipitada.
Ela [Vilma] é ré primária, tem residência fixa e não atrapalhou o
trabalho da Justiça. Ainda que haja indícios de culpabilidade, ela
tem o direito de responder ao
processo em liberdade."
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