São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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CRIME NOS EUA


Com essa decisão da Justiça americana, Saul dos Reis Jr. escapa da pena de morte, mas pode pegar até 60 anos


Brasileiro é indiciado por homicídio culposo

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Saul dos Reis Jr., 25, foi indiciado ontem por homicídio culposo (resultante de imperícia, negligência ou imprudência), agressão sexual de segundo grau e por colocar a integridade física de uma menor sob risco. A Justiça dos EUA resolveu assim, 11 dias depois, que o brasileiro será julgado na esfera estadual, e não na federal, como se aventou.
Ele estava sendo acusado pela polícia de Danbury (Estado de Connecticut) de assassinar acidentalmente a estudante norte-americana Christina Long, 13. O crime teria ocorrido enquanto os dois faziam sexo no carro do ex-garçom, depois de terem se conhecido via internet.
Se condenado, Reis pode pegar uma pena máxima de 60 anos de prisão e ter de pagar multa de até US$ 65 mil. A possibilidade de pena de morte, aplicável para homicídio doloso (em que há intenção criminosa), foi afastada.
Ontem ainda um juiz estadual fixou a fiança em US$ 1 milhão. Ele está detido numa penitenciária federal em Bridgeport (Connecticut), indiciado por usar a internet para seduzir menor.
Caso seja condenado também por esse crime federal, o brasileiro pode pegar até 15 anos. Além disso, ele está sob custódia do Serviço de Imigração dos EUA por estar no país ilegalmente. Por esse terceiro crime, Reis não poderia ser solto nem se pagasse a fiança das acusações estaduais.
Saul dos Reis Jr. morava em Greenwich (Connecticut) e trabalhava de garçom no restaurante Café Brasil, que é tocado por sua mãe e seu padrasto numa cidade no subúrbio de Nova York. Está desde os dez anos nos EUA, onde se formou no segundo grau.
Casado com a brasileira Tatiana há dois anos, conheceu a estudante americana na internet. A menina costumava usar seu site para marcar encontros com homens que frequentemente terminavam em sexo.
Christina Long desapareceu na noite do dia 17. Reis foi preso na manhã do dia 19, depois que correio eletrônico seu de teor erótico foi encontrado no computador da menina. Então, segundo o FBI (polícia federal dos EUA), ele teria confessado o assassinato acidental por enforcamento e levado os policiais até o corpo dela.
A defesa do brasileiro nega as acusações, mas comemorava discretamente ontem o fato de Reis não correr mais o risco de ser condenado à pena de morte, já que foi indiciado por homicídio culposo e não doloso.



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