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SEGURANÇA
Universidade Estácio de Sá terá de pagar R$ 950 mil a estudante que ficou tetraplégica ao ser atingida por bala perdida
Faculdade terá de indenizar aluna baleada
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
A Universidade Estácio de Sá,
do Rio, foi condenada na última
segunda-feira a pagar indenização de R$ 950 mil à estudante Luciana de Novaes, 20, e à sua família. Ela foi atingida por uma bala
perdida no campus da universidade, em 5 de maio de 2003.
Luciana está tetraplégica, sem
movimentos do pescoço para baixo, e segue internada desde então.
Do total de R$ 950 mil, R$ 400 mil
são referentes a uma condenação
por dano moral e R$ 200 mil, por
dano estético. A Justiça também
determinou que a universidade
pague R$ 350 mil à família da estudante por danos morais.
De acordo com o juiz responsável pela decisão, Alexandre de
Carvalho Mesquita, a universidade terá de pagar à estudante uma
pensão de um salário mínimo até
que ela complete 65 anos, além de
destinar recursos suficientes para
cobrir suas despesas médicas. A
universidade informou que não
vai se pronunciar sobre o assunto.
Até agora a polícia não sabe
quem atirou ou de onde partiu o
tiro que atingiu Luciana, se do
próprio campus ou do morro acima do muro nos fundos da universidade. A investigação foi dificultada pelo fato de parte das imagens captadas no dia do crime pelo circuito interno de TV terem sido apagadas. As imagens que sumiram incluíam o momento em
que Luciana foi atingida, quando
lanchava na lanchonete do campus, próxima ao muro.
O laudo de reconstituição do
crime, divulgado pela Secretaria
de Segurança do Estado em janeiro, não esclareceu de onde partiu
o tiro de pistola calibre .40 nem de
que distância foi feito o disparo.
Para a Polícia Civil, há dois suspeitos para o crime: Cleiton Ângelo da Cunha, preso em dezembro
de 2003 num assalto com a pistola
de onde partiu o tiro que atingiu a
estudante, e Elton dos Santos, o
Batata, preso no ano passado.
Segundo a polícia, Santos, traficante do morro do Turano (vizinho à Estácio), confessou ser o autor do tiro em conversa com policiais. No depoimento oficial, negou envolvimento com o caso.
Em dezembro passado, Luciana
recuperou a fala, com a ajuda de
um aparelho que a faz respirar pela traquéia. "Lembro que senti
vontade de não ir para a faculdade
naquele dia. Cheguei a me levantar por duas vezes do ônibus. Se
Deus me deixou ir para a faculdade, é porque Ele tinha um plano
para mim, e estou cumprindo minha missão na vida", disse ela, em
entrevista à Folha, há dois meses.
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