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Célula de memória "escode'
vírus e atrapalha tratamento
dos enviados especiais
A eliminação do vírus HIV do
organismo é hoje pouco provável
até mesmo nos pacientes que começam um tratamento potente logo após sua infecção.
A principal causa dessa nova
descoberta é que a invasão das células de memória do sistema imunológico -alvo mais difícil para a
atuação do coquetel contra a
Aids- acontece muito mais precocemente do que se imaginava.
A revelação foi feita por Anthony Fauci, do Instituto Nacional
de Alergia e Doenças Infecciosas
dos EUA, um dos pesquisadores
mais respeitados em todo o mundo. Fauci diz que a replicação que
o vírus sofre nos primeiros dias da
infecção contamina imediatamente as células de memória, que demoram muito para se dividir. O
vírus se integra ao DNA da célula e
fica "adormecido".
Os pesquisadores acreditavam
que essas células só fossem afetadas mais tarde. Assim, pacientes
que fossem tratados precocemente teriam chance de ficar livre desse compartimento de "reserva".
Roberto Siliciano, da Universidade Johns Hopkins, confirma a
descoberta. As células de memória
são mais difíceis de ser "atacadas" porque os remédios hoje
atuam sobre o HIV em multiplicação. Como nessas células ele fica
"quieto", o coquetel fica sem poder de fogo.
Ho e Fauci acreditam que devem
ser usados métodos para ativar as
células de memória e fazer com
que o coquetel ataque os vírus
adormecidos. Uma vacina que estimule o sistema de defesa ou um
combinado de mediadores químicos podem ser opções.
Ho avisa que os vírus adormecidos têm potencial de voltar a atacar o organismo. Esse é o principal
motivo que faz com que os pesquisadores não queiram suspender
ainda o coquetel de nenhum dos
pacientes em tratamento.
(AB e JB)
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