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Vírus continua a se multiplicar
mesmo com uso de coquetel
dos enviados especiais
O vírus HIV continua a se multiplicar mesmo nos pacientes que
tomam coquetel para Aids e que
têm seu exame de carga viral indetectável. Essa foi uma das maiores
surpresas reveladas ontem em Genebra por David Ho, do Centro de
Pesquisa Aaron Diamond, de Nova York.
Ho, que anunciou em Vancouver a possibilidade de erradicar totalmente o vírus do sangue de alguns pacientes tratados precocemente com o coquetel, voltou
atrás em sua posição inicial.
Mais "conservador" do que nos
últimos anos, Ho disse que os resultados dos testes são indetectáveis porque sua sensibilidade para
captar o vírus não é suficientemente alta. Quando os métodos de
pesquisa utilizados são ultra-sensíveis, acabam aparecendo sinais
da replicação do vírus.
Mas Ho acha que esse resultado
não deve ser interpretado de maneira pessimista. "As novas pesquisas só demostram que vamos
precisar encontrar esquemas ainda mais potentes de tratamento,
para tentar conter o vírus. E esse
tipo de estratégia de combate ao
HIV, nós já conhecemos bem."
O fato do HIV continuar presente no organismo não significa que
o coquetel não faz efeito. Segundo
Ho, a combinação de remédios,
mesmo sem eliminar o vírus, altera a sua capacidade de infectar células do sistema de defesa.
Para Ho, o coquetel trouxe benefícios evidentes nos últimos três
anos. Em países desenvolvidos,
como a Suíça, a mortalidade e as
complicações decorrentes da Aids
caíram 70 a 80% após o uso da
combinação de remédios.
Ho terminou sua palestra dizendo que a remissão (eliminação do
vírus) talvez seja possível, com esquemas mais potentes, em alguns
pacientes.
No entanto, essa não deve ser a
regra. Para ele, a perspectiva para
os próximos anos é de tratamentos
que garantam ao organismo um
controle efetivo sobre pequenas
populações de HIV.
(JB e AB)
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