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POLÍCIA FORA DA LEI
Para a PM, restrições oficiais ao Gradi não o impedem de "intervir em situações flagrantes de crimes"
Ação foi da tropa de choque, diz secretaria
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, voltou a se negar ontem a comentar pessoalmente as operações do Gradi da Polícia
Militar. Abreu Filho só se pronuncia sobre o caso por nota oficial.
Segundo a assessoria da secretaria, quem acompanhou o sequestro do empresário N.A.F. em São Bernardo do Campo foi o serviço reservado da tropa de choque da
Polícia Militar.
Segundo o delegado que preside
o inquérito, Gilmar Camargo Bessa, os PMs se apresentaram como
membros do Gradi e citaram o
nome do tenente H., coordenador
do grupo. Essa versão foi confirmada por policiais da DAS (Divisão Anti-Sequestro), que assessora delegacias na região.
Para a secretaria, o objetivo do
reservado era acompanhar as investigações do sequestro, trabalhando com a Polícia Civil.
O chefe da Comunicação Social
da Polícia Militar de São Paulo, tenente-coronel Eliseu Leite de Moraes, afirmou ontem que o Gradi
voltou a suas funções de combate
ao racismo e à discriminação, mas
"pode intervir em situações flagrantes de crimes".
Moraes declarou que a atuação
do Gradi no sequestro do empresário em São Bernardo do Campo, da qual ele afirmou ter apenas
alguns dados, seria um desses casos. "Qualquer policial pode intervir se existe uma risco iminente
à vida de uma pessoa", afirmou o
tenente-coronel.
Ele negou que PMs façam investigações isoladas sobre sequestros. "Sempre trabalhamos em
parceria com a Polícia Civil", disse Moraes.
O tenente-coronel contestou a
afirmação de alguns policiais civis
especializados em sequestro de
que a PM não tem conhecimento
para atuar no combate a esse crime. "Nosso serviço de inteligência é muito bem preparado para
atuar nessa área", disse.
Segundo Moraes, a libertação
de sete reféns, a apreensão de 80
armas e a prisão de mais de 100
pessoas pelo Gradi, desde julho
do ano passado, mostram a capacidade da equipe em lidar com esse tipo de crime.
"Se surge uma denúncia, uma
informação de colaboradores ou
de escuta telefônica, a PM tem de
intervir rápido. Não há problema
nenhum nisso", afirmou o oficial.
Para ele, "quem perdeu com a
atuação do Gradi foi o crime organizado". Ele salientou que a proibição do comando da PM é em relação à infiltração de presos condenados em quadrilhas.
Moraes também informou que
a PM abriu um inquérito para
apurar denúncia de suposta tortura de dois presos pelo Gradi, em
março. Os detentos, infiltrados
em uma quadrilha pela PM, fugiram durante uma operação, sendo recapturados no dia seguinte.
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