São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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OUTRO LADO

Promotoria diz que caso ganhou outra dimensão

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Carlos Cardoso, assessor especial da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, disse ontem que, no momento em o preso Fernando Henrique Rodrigues Batista, o Chacal, morreu ""não se tinha a dimensão do que de fato existia" por trás da ação da Polícia Militar.
""É normal a polícia pedir autorização a juiz para preso acompanhar diligências. O que é ilegal, é o que parece que ocorreu, os policiais propiciarem privilégios e benefícios aos presos. Há indícios de que isso ocorreu e isso é crime", disse.
De acordo com Cardoso, o promotor de Justiça que recebeu o caso na época da denúncia, no 2º Tribunal do Júri, avaliou o processo ""sob o ponto de vista de crime de homicídio".
Os dois únicos detidos na ação, que negam terem participado da reunião dos criminosos descrita pela PM, foram denunciados por tentativa de homicídio -contra os policiais- e formação de quadrilha.
Cardoso afirmou que surgiram novas informações neste ano, que mostram que o grupo de investigações da PM passou a utilizar ""práticas ilegais, aparentemente criminosas".
As ações do Gradi serão avaliadas, por enquanto, em um mesmo inquérito, o que apura a suposta tortura cometida por policiais da unidade contra dois presos que trabalharam para a inteligência da PM.
Segundo o promotor, a morte do informante revela falha na intervenção da polícia. Um soldado, que ajudou na invasão da casa onde ocorria a reunião suspeita, matou Chacal. Ele afirmou em depoimento que desconhecia o disfarce do preso.
Uma vez identificados os autores das ações consideradas irregulares, reunidas provas, o Ministério Público disse que irá processar os responsáveis.
O ex-secretário da Segurança Pública Marco Vinicio Petrelluzzi, que ocupava o cargo quando da morte de Chacal, disse à Folha, anteontem, que desconhecia detalhes das operações montadas pelo Gradi.
Nagashi Furukawa, secretário da Administração Penitenciária, afirmou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o caso por se tratar de assunto de outra secretaria e do Judiciário.



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