São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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São Paulo teve julho mais poluído dos últimos dois anos

Apenas oito dias do mês (25,5%) tiveram qualidade do ar considerada boa no município, segundo dados da Cetesb

No ano passado, o dobro de dias (49,8%) de julho tiveram ar avaliado como bom; em 2006, foram 28,6% dos dias com essa avaliação


JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO

Além de mais seco, o mês de julho que terminou ontem teve outro dado negativo na capital paulista: foi o mais poluído ao menos desde 2006, de acordo com dados da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Há previsão de chuva no fim de semana.
O mês que passou ficou marcado como o mais seco na cidade de São Paulo desde 1943, quando se iniciou a medição, conforme divulgou a Folha ontem. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) não registrou chuva na cidade em julho.
Na quinta-feira da semana passada chuviscou em pontos isolados do município, mas em quantidade insignificante no local onde está o pluviômetro (instrumento que mede a quantidade de chuva).
Para especialistas, a falta de chuvas colabora para tornar o ar ainda mais poluído.
Pelo levantamento, até anteontem, só oito dias do último mês (25,5%) registraram qualidade do ar considerada boa em São Paulo. É metade dos dias tidos como bons em julho do ano passado -49,8%. A situação esteve um pouco melhor em julho de 2006 com relação ao mesmo mês de 2008: 28,6% dos dias tiveram qualidade do ar considerada boa.
Se foram poucos os dias bons para respirar em São Paulo no mês que passou, 73,6% deles (ou quase 24 dias) tiveram qualidade do ar regular e 0,9% teve ar inadequado para a saúde (veja quadro nesta página).
O Departamento de Tecnologia do Ar da Cetesb, que só forneceu dados até 2006, disse não saber se julho de 2008 foi o mais poluído da história. De acordo com o gerente do departamento, Carlos Eduardo Komatsu, a poluição piora com o tempo seco.
"Quando [o ar] está úmido, as partículas de poluição absorvem a umidade. Como estão mais pesadas, não ficam suspensas no ar, mas sim próximas ao solo", disse ele.
Ontem à tarde, a umidade relativa do ar chegou à mínima de 25%, mas a cidade já chegou a atingir a marca de 19% na última terça -o percentual se enquadra dentro do estado de alerta (entre 12% e 20%) estabelecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em meio à estiagem, uma boa notícia. Há previsão de chuvas na capital a partir de amanhã, segundo o Inmet.
A massa de ar seco que bloqueou as nuvens carregadas deve ceder espaço à chegada de uma frente fria vinda do Sul. Hoje, já deve chover no sul e no sudoeste do Estado; amanhã e domingo, na capital.
As chuvas -de leves a moderadas- vão forçar a temperatura para baixo. As mínimas devem ceder, segundo a meteorologista Ester Regina Ito.
Os dias também terão menos calor. Se a temperatura máxima prevista para hoje é de 26C, ela cairá para 23C amanhã -a mínima para os dois dias é de 16C. No domingo, o clima será mais frio: a mínima prevista será de 14C; a máxima, de 18C.


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