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São Paulo teve julho mais poluído dos últimos dois anos
Apenas oito dias do mês (25,5%) tiveram qualidade do ar considerada boa no município, segundo dados da Cetesb
No ano passado, o dobro de dias (49,8%) de julho tiveram ar avaliado como bom; em 2006, foram 28,6% dos dias com essa avaliação
JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO
Além de mais seco, o mês de
julho que terminou ontem teve
outro dado negativo na capital
paulista: foi o mais poluído ao
menos desde 2006, de acordo
com dados da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Há previsão
de chuva no fim de semana.
O mês que passou ficou marcado como o mais seco na cidade de São Paulo desde 1943,
quando se iniciou a medição,
conforme divulgou a Folha ontem. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) não registrou chuva na cidade em julho.
Na quinta-feira da semana
passada chuviscou em pontos
isolados do município, mas em
quantidade insignificante no
local onde está o pluviômetro
(instrumento que mede a
quantidade de chuva).
Para especialistas, a falta de
chuvas colabora para tornar o
ar ainda mais poluído.
Pelo levantamento, até anteontem, só oito dias do último
mês (25,5%) registraram qualidade do ar considerada boa em
São Paulo. É metade dos dias
tidos como bons em julho do
ano passado -49,8%. A situação esteve um pouco melhor
em julho de 2006 com relação
ao mesmo mês de 2008: 28,6%
dos dias tiveram qualidade do
ar considerada boa.
Se foram poucos os dias bons
para respirar em São Paulo no
mês que passou, 73,6% deles
(ou quase 24 dias) tiveram qualidade do ar regular e 0,9% teve
ar inadequado para a saúde
(veja quadro nesta página).
O Departamento de Tecnologia do Ar da Cetesb, que só
forneceu dados até 2006, disse
não saber se julho de 2008 foi o
mais poluído da história. De
acordo com o gerente do departamento, Carlos Eduardo
Komatsu, a poluição piora com
o tempo seco.
"Quando [o ar] está úmido,
as partículas de poluição absorvem a umidade. Como estão
mais pesadas, não ficam suspensas no ar, mas sim próximas ao solo", disse ele.
Ontem à tarde, a umidade relativa do ar chegou à mínima de
25%, mas a cidade já chegou a
atingir a marca de 19% na última terça -o percentual se enquadra dentro do estado de
alerta (entre 12% e 20%) estabelecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em meio à estiagem, uma
boa notícia. Há previsão de
chuvas na capital a partir de
amanhã, segundo o Inmet.
A massa de ar seco que bloqueou as nuvens carregadas
deve ceder espaço à chegada de
uma frente fria vinda do Sul.
Hoje, já deve chover no sul e no
sudoeste do Estado; amanhã e
domingo, na capital.
As chuvas -de leves a moderadas- vão forçar a temperatura para baixo. As mínimas devem ceder, segundo a meteorologista Ester Regina Ito.
Os dias também terão menos
calor. Se a temperatura máxima prevista para hoje é de
26C, ela cairá para 23C amanhã -a mínima para os dois
dias é de 16C. No domingo, o
clima será mais frio: a mínima
prevista será de 14C; a máxima, de 18C.
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