São Paulo, sábado, 1 de agosto de 1998

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Advogado renuncia ao caso

da Reportagem Local

O advogado Ademar Gomes renunciou à defesa do motoboy Francisco de Assis Pereira.
Gomes trabalhou para a família do acusado durante 15 dias e disse que tomou essa decisão porque Pereira não se entregou à polícia.
"Não tenho condição de defendê-lo enquanto ele permanecer foragido", disse Gomes. Segundo ele, a vida do acusado corre mais risco com ele em liberdade do que preso. "Mesmo que, agora, ele se apresente à polícia, não mudarei minha decisão, que é irrevogável."
O advogado divulgou uma carta explicando as razões para a renúncia. Ele afirmou que nunca teve contato com o motoboy, o que só era feito por meio da família de Pereira.
O advogado afirmou que, se Pereira é mesmo o autor dos crimes, "não seria justo deixá-lo solto, em liberdade para cometer novos assassinatos".
Ele também disse que se fosse comprovada a inocência do acusado, não seria justo deixá-lo foragido, "correndo o risco de ser assassinado" na rua.
O advogado voltou a pedir que o motoboy se entregue à polícia. "Essa é a única saída." Gomes disse também que essa é a mesma postura da família do acusado.

DNA
O médico-legista Wilmes Roberto Teixeira, diretor do Centro de Investigação de Crimes Sexuais da Universidade de Mogi das Cruzes, achou 45 espermatozóides no material orgânico retirado de Selma Ferreira Queiroz, uma das oito mulheres mortas.
Segundo o centro, o ideal seria encontrar, pelo menos, 60 espermatozóides para que o DNA, o código genético do maníaco, fosse obtido.
Mesmo assim, o centro vai tentar fazer o trabalho. Se o código genético do maníaco for obtido pelo centro, ele poderá ser comparado com o do motoboy. Essa prova seria importante para a condenação ou absolvição do acusado.
Em um primeiro exame, realizado pelo Instituto Médico Legal, não havia sido encontrado nenhum espermatozóide. (MG)



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