São Paulo, sábado, 1 de agosto de 1998

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Parque é cemitério de carros roubados

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

As buscas de cemitérios clandestinos no Parque Nacional da Tijuca (zona norte do Rio) resultaram ontem na localização das carcaças de cinco carros roubados e na destruição de um acampamento de caçadores instalado na floresta.
Os automóveis, com marcas de tiros na lataria, foram achados em pontos diferentes do parque. Estavam em abismos, a até 120 metros de profundidade.
Nos últimos quatro anos, mais de 50 corpos e ossadas foram encontrados na floresta por policiais e bombeiros. Traficantes e membros de grupos de extermínio são apontados como responsáveis pelos assassinatos. Há 25 áreas de abandonos de corpos dentro do parque, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Cerca de 60 bombeiros do Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente participaram da operação de ontem.
O primeiro carro descoberto estava na localidade de Vista do Almirante. Os bombeiros não conseguiram retirá-lo, por estar em área de acesso difícil.
Perto da praça da Moganga, na estrada das Paineiras, os bombeiros encontraram os restos de outro carro e 60 pneus. Os destroços foram resgatados. Os bombeiros também acharam no local a placa FO-5880, de Nilópolis.
Em pontos diferentes do mirante do Inferno, os bombeiros viram um Logus e um Gol, atirados do alto de precipícios.
O coronel Marcos Aurélio da Silva, comandante do grupamento, concluiu que não será possível içar os carros sem destruir as árvores. Os veículos serão serrados onde estão, para que as peças possam ser retiradas com mais facilidade.
As maiores dificuldades dos bombeiros ocorreram na retirada de um Tipo vermelho, abandonado em depressão próxima do mirante Mesa do Imperador, a 80 m metros de profundidade. Junto ao Tipo, foi achado um cofre de aço.
Agentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente também entraram na mata para destruir um acampamento de caçadores localizado a 20 minutos de caminhada da Mesa do Imperador, por trilha clandestina.
No acampamento, cerca de 20 armadilhas de corda e metal foram desarmadas. As armadilhas são usadas para capturar pacas, macacos, preguiças e outros animais.



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