|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parque é cemitério de carros roubados
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
As buscas de cemitérios clandestinos no Parque Nacional da Tijuca (zona norte do Rio) resultaram
ontem na localização das carcaças
de cinco carros roubados e na destruição de um acampamento de
caçadores instalado na floresta.
Os automóveis, com marcas de
tiros na lataria, foram achados em
pontos diferentes do parque. Estavam em abismos, a até 120 metros
de profundidade.
Nos últimos quatro anos, mais
de 50 corpos e ossadas foram encontrados na floresta por policiais
e bombeiros. Traficantes e membros de grupos de extermínio são
apontados como responsáveis pelos assassinatos. Há 25 áreas de
abandonos de corpos dentro do
parque, de acordo com o Corpo de
Bombeiros.
Cerca de 60 bombeiros do Grupamento de Socorro Florestal e
Meio Ambiente participaram da
operação de ontem.
O primeiro carro descoberto estava na localidade de Vista do Almirante. Os bombeiros não conseguiram retirá-lo, por estar em área
de acesso difícil.
Perto da praça da Moganga, na
estrada das Paineiras, os bombeiros encontraram os restos de outro carro e 60 pneus. Os destroços
foram resgatados. Os bombeiros
também acharam no local a placa
FO-5880, de Nilópolis.
Em pontos diferentes do mirante
do Inferno, os bombeiros viram
um Logus e um Gol, atirados do
alto de precipícios.
O coronel Marcos Aurélio da Silva, comandante do grupamento,
concluiu que não será possível içar
os carros sem destruir as árvores.
Os veículos serão serrados onde
estão, para que as peças possam
ser retiradas com mais facilidade.
As maiores dificuldades dos
bombeiros ocorreram na retirada
de um Tipo vermelho, abandonado em depressão próxima do mirante Mesa do Imperador, a 80 m
metros de profundidade. Junto ao
Tipo, foi achado um cofre de aço.
Agentes do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) e
da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente também entraram na
mata para destruir um acampamento de caçadores localizado a
20 minutos de caminhada da Mesa
do Imperador, por trilha clandestina.
No acampamento, cerca de 20
armadilhas de corda e metal foram
desarmadas. As armadilhas são
usadas para capturar pacas, macacos, preguiças e outros animais.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|