|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MANÍACO
Ele já foi condenado a 121 anos e ainda será julgado pelas mortes das vítimas
Motoboy pode pegar 277 anos
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
Condenado a 121 anos de prisão
por atacar nove mulheres em São
Paulo, o Maníaco do Parque, como ficou conhecido o motoboy
Francisco de Assis Pereira, pode
pegar mais 150 anos de pena por
causa de sete assassinatos.
Anteontem, o juiz Luiz Augusto
de Siqueira, da 16ª Vara Criminal
da capital, julgou o motoboy culpado no processo que reúne todas
as vítimas que sobreviveram aos
abusos sexuais na mata do Parque
do Estado (zona sudeste).
Pereira ainda aguarda a data
dos sete julgamentos que irá enfrentar, talvez a partir do final
deste ano, pela morte das garotas
encontradas no mesmo local. Segundo a lei, os homicídios são julgados por um júri popular.
O motoboy ganhou o apelido
porque atraía as vítimas, com falsas promessas de emprego, até o
Parque do Estado, onde elas eram
violentadas e, algumas, assassinadas, informou o promotor do caso, Luis Roberto Proença.
A pena total pode chegar a 277
anos, se incluída a primeira condenação de seis anos do maníaco,
por crime de extorsão, em Cotia
(Grande São Paulo). Ele teria pedido dinheiro, por telefone, para a
família da balconista Selma Ferreira de Queiroz, 18, uma das suas
primeiras vítimas.
A advogada Maria Elisa Munhol, que defende Pereira, vai recorrer das duas primeiras condenações. ""Todo o tempo, ele disse
que as mulheres que entraram na
mata com ele não saíram, portanto estão imputando a ele crimes
que não cometeu", afirmou.
Apesar da condenação elevada,
Pereira ficará preso no máximo
30 anos, conforme define a legislação brasileira. Nesse caso, a pena alta impõe que ele cumpra a
pena em regime fechado.
""Ficaria aliviada se ele ficasse o
resto da vida preso, porque, daqui
a 30 anos, ela vai voltar a pegar
mulheres", disse Maria de Lourdes Queiroz, 46, mãe de Selma,
uma das vítimas.
O primeiro julgamento será o
da morte de Selma, que desencadeou toda a investigação sobre os
assassinatos em série no parque.
Selma desapareceu no dia 3 de
julho do ano passado e seu corpo
foi encontrado no dia seguinte.
Nesse caso, as provas da promotoria contra Pereira são: a confissão do réu, o RG da vítima (encontrado no cano de esgoto da
empresa onde o motoboy trabalhava), a compatibilidade das
marcas de mordidas no corpo de
Selma com a arcada dentária de
Pereira e o laudo que atesta morte
da vítima por estrangulamento.
O motoboy, caso cumpra a pena
integral, sairá da prisão com 61
anos de idade.
Texto Anterior: Governo do DF deve recorrer Próximo Texto: Ladrões matam engenheiro durante fuga em Itaipava Índice
|