São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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Enterro à noite será facilitado

DA REPORTAGEM LOCAL

Os sepultamentos noturnos, segundo o superintendente do Serviço Funerário Municipal, José Blota Neto, são uma realidade que São Paulo já começa a viver.
"No inverno, às 17h30, já está escuro, e somos obrigados a fazer o enterro assim mesmo", diz.
Os funcionários de cemitérios visitados pela reportagem dizem que o fato é raro. No Consolação e no Araçá, ocorre quando o morto vem de outra cidade do Estado, ou de traslado de outro país.
Porém, no "futuro próximo", o horário de encerramento dessas atividades, hoje estipulado para as 18h, deverá ser estendido. Por isso, a iluminação seria uma forma de evitar uma futura crise, de acordo com Blota.
"A questão é que as pessoas não morrem de forma organizada na cidade, uma por hora, ou uma por minuto. Às vezes, o IML (Instituto Médico Legal) libera os corpos de uma vez. Em épocas de grandes tragédias, o serviço passa sufoco", afirma o superintendente.
Para ele, o sepultamento noturno deverá ocorrer também por causa do trânsito intenso da cidade durante o dia.
O fator limita o trajeto dos cortejos, e estes, quando ocorrem, tornam o trânsito ainda pior.
"Até que consigamos iluminar todos os cemitérios municipais, os enterros noturnos, possivelmente, não serão mais questionáveis", considera Blota.
Por enquanto, quando necessário, os funcionários dos cemitérios improvisam luzes com baterias ou esticando fios para enterrar alguém fora do horário.
Um dos casos ocorreu recentemente no Consolação, em que o sepultamento, marcado para o último horário, sofreu atraso devido a problemas técnicos.
O caixão era muito maior do que o espaço no túmulo, obrigando os funcionários a ampliá-lo na última hora.


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