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Enterro à noite será facilitado
DA REPORTAGEM LOCAL
Os sepultamentos noturnos, segundo o superintendente do Serviço Funerário Municipal, José
Blota Neto, são uma realidade que
São Paulo já começa a viver.
"No inverno, às 17h30, já está escuro, e somos obrigados a fazer o
enterro assim mesmo", diz.
Os funcionários de cemitérios
visitados pela reportagem dizem
que o fato é raro. No Consolação e
no Araçá, ocorre quando o morto
vem de outra cidade do Estado,
ou de traslado de outro país.
Porém, no "futuro próximo", o
horário de encerramento dessas
atividades, hoje estipulado para as
18h, deverá ser estendido. Por isso, a iluminação seria uma forma
de evitar uma futura crise, de
acordo com Blota.
"A questão é que as pessoas não
morrem de forma organizada na
cidade, uma por hora, ou uma por
minuto. Às vezes, o IML (Instituto
Médico Legal) libera os corpos de
uma vez. Em épocas de grandes
tragédias, o serviço passa sufoco",
afirma o superintendente.
Para ele, o sepultamento noturno deverá ocorrer também por
causa do trânsito intenso da cidade durante o dia.
O fator limita o trajeto dos cortejos, e estes, quando ocorrem,
tornam o trânsito ainda pior.
"Até que consigamos iluminar
todos os cemitérios municipais,
os enterros noturnos, possivelmente, não serão mais questionáveis", considera Blota.
Por enquanto, quando necessário, os funcionários dos cemitérios improvisam luzes com baterias ou esticando fios para enterrar alguém fora do horário.
Um dos casos ocorreu recentemente no Consolação, em que o
sepultamento, marcado para o último horário, sofreu atraso devido a problemas técnicos.
O caixão era muito maior do
que o espaço no túmulo, obrigando os funcionários a ampliá-lo na
última hora.
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