ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Após sete meses de investigação, policiais da Deic (Delegacia de Investigações Criminais) de Goiás prenderam o hacker César Cristóvão Munhoz, 26, acusado de ser um dos principais líderes de crime pela internet no Brasil. Ele seria responsável pelo desvio de milhões de reais de contas correntes em diferentes Estados.
Munhoz foi detido em Nova Xavantina (MT), no dia 1º de setembro e levado para Goiás, onde responde a inquérito por formação de quadrilha e estelionato. Segundo a delegada Darlene Costa Azevedo, foi encontrado um notebook com milhares de senhas e números de contas com o rapaz.
Segundo ela, a prisão de Munhoz ocorreu poucas horas após o suposto programador do bando, Giordano Curado Fleury, 22, ser detido em Goiânia. Ele obteve liberdade provisória.
Há um terceiro mandado de prisão contra Igor Cardoso Pereira, de Salvador, que está foragido. A polícia suspeita que a quadrilha vinha agindo desde 2002.
"Giordano fazia a programação encomendada por Munhoz. Clonava a página de um banco, solicitando a inserção de dados bancários para algum serviço. Munhoz comprava a cópia do site, criava um e-mail falso e enviava para milhares de usuários", disse ela.
Ao clicar na janela de entrada, o internauta recebe uma armadilha para copiar as informações bancárias, denominada cavalo de Tróia, que é acionada na primeira vez que a pessoa realizar alguma transação bancária. Os dados são transferidos para um provedor, e as contas com saldos mais altos são sacadas. O dinheiro é então transferido para contas de correntistas "laranjas".
Pela clonagem da primeira página de banco, o programador recebeu R$ 300, segundo a polícia. Ele havia acabado de concluir outras cinco quando foi detido.
Giordano Fleury não foi localizado ontem. O advogado de Munhoz, Darlan Alves Ferreira, não foi encontrado ontem, por telefone. Em depoimento, Munhoz responsabiliza o programador.


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