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Corporativismo é maior dentro da Polícia Civil
DA REPORTAGEM LOCAL
"A Polícia Civil de São
Paulo é mais corporativa do
que a Polícia Militar", diz a
socióloga Julita Lemgruber,
58, diretora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança
e Cidadania), da Universidade Cândido Mendes, do Rio.
No livro "Quem Vigia os
Vigias?", recém-lançado
com outros dois autores, a
pesquisadora compara as
providências tomadas pelas
corregedorias das duas polícias, em cinco Estados, a
partir de denúncias recebidas das Ouvidorias.
Na Polícia Militar de São
Paulo, de todas as denúncias
encaminhadas no período
de 98 a 2001, 46% geraram
algum tipo de punição aos
envolvidos. Na Polícia Civil,
isso ocorreu em apenas 8%
dos casos encaminhados.
A socióloga, que já foi da
Ouvidoria das Polícias do
Rio, defende a criação de
uma carreira própria de corregedores, dentro da própria
polícia, para aumentar a independência do órgão e reduzir o corporativismo.
"Hoje os policiais estão na
corregedoria, mas amanhã
poderão estar na rua, ao lado
dos que investigaram", diz.
Para o ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva, 57, as
corregedorias deveriam estar fazendo trabalhos de inteligência, vigiando, por
exemplo, policiais que ostentam riqueza incompatível com a função.
"Não se pode admitir que
um chefe esteja desatento
em relação a policiais envolvidos com corrupção, porque eles emitem sinais, mudam de comportamento e
ostentam riqueza", diz Silva,
que é coronel reformado da
PM paulista. Para ele, o controle da corrupção precisa ir
além da corregedoria e envolver toda a corporação.
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