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Denúncias contra os policiais de Guarulhos estão sendo apuradas
Número de investigações é recorde, afirma corregedor
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o corregedor-geral da Polícia Civil de São Paulo, Rui Estanislau Mello, não houve falha no
fato de o órgão não ter identificado, até a investigação do Ministério Pública e da Polícia Federal, a
participação de policiais paulistas
em grandes esquemas de corrupção descobertos neste ano.
Segundo Mello, a Corregedoria
de São Paulo é um exemplo entre
as corregedorias de outros Estados e o investimento no setor de
inteligência, inclusive no monitoramente de policiais por escutas
telefônicas, vai aumentar o controle sobre os agentes.
"Não podemos cobrir tudo.
Mas tomamos todas as medidas
quando fomos comunicados. Defendemos parcerias com outros
órgãos", afirmou. Segundo ele,
desde abril, duas divisões da Corregedoria usam o grampo telefônico -instrumentos utilizados
nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público- para
monitorar policiais.
"Fizemos casos importantes,
mas isolados. Com um setor de
inteligência atuante, podemos
montar uma rede e nos antecipar
às denúncias", disse.
Mello salientou que o processo
de estadualização da Corregedoria, iniciado em 2001, ainda está
em andamento. Hoje, o órgão
possui 570 policiais - 480 na capital paulista e 90 no interior. São
sete corregedorias auxiliares no
interior e uma na Grande SP.
O corregedor negou que a Polícia Civil seja corporativa na investigação de seus integrantes, como
sugeriu levantamento da socióloga Julita Lemgruber. O corregedor disse que não iria comentar a
pesquisa por desconhecê-la, mas
afirmou que houve um recorde de
investigações abertas.
"Foram 1.623 inquéritos em
2003, com 206 policiais civis expulsos", disse o corregedor. Ele
não soube informar o percentual
das denúncias que acabou em punição do policial.
Ele também é contra a carreira
própria para corregedor. "É importante passar por vários setores
para conhecer a corporação. Sem
isso, o policial fica muito bitolado", afirmou o corregedor.
Quanto à afirmação da Ouvidoria de que denúncias contra policiais de Guarulhos e São José dos
Campos deixaram de ser investigadas, Mello disse que a situação
está sendo apurada.
Ele afirmou que o delegado seccional de São José dos Campos,
Roberto Monteiro de Andrade Jr.,
está sendo investigado em um inquérito e a situação do delegado
seccional de Guarulhos, José Roque Américo, ainda está sendo
analisada.
A reportagem não conseguiu localizar os dois delegados. A Secretaria da Segurança Pública indicou o delegado Marco Antonio
Paula Santos, diretor interino do
Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), para falar em nome da Delegacia Seccional de Guarulhos.
Segundo ele, informação inicial
aponta que as denúncias anteriores feitas pela Ouvidoria eram
"genéricas", mas que será feito
um levantamento dos casos.
"Uma coisa é denúncia anônima,
imprecisa, outra é denúncia com
data e informações embasadas."
A assessoria da secretaria também informou que o delegado
Andrade Jr. "somente irá se pronunciar após a avaliação da Corregedoria quanto à reabertura dos
casos denunciados pela Ouvidoria em anos anteriores".
Em nota divulgada no dia de seu
afastamento, o delegado negou irregularidades e afirmou que deixava o cargo para preservar a imagem da polícia de São José dos
Campos.
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