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Janeiro tem trânsito pior que a média às 20h
Entre 2004 e 2006, a média anual do horário era de 63 km de congestionamento em São Paulo, contra 67 km em janeiro
A chuva de verão típica do final da tarde no início do ano é a principal explicação; horário de verão, segundo a CET, também contribui
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mês de férias escolares, janeiro segue como a época com
menos congestionamentos nas
vias urbanas de São Paulo, mas
com "armadilhas" que podem
até fazer os motoristas perder
mais tempo no trânsito do que
no restante do ano.
Levantamento da Folha com
base nas estatísticas da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) a partir dos anos 1990
mostra como os engarrafamentos neste mês têm saltado mais
que a média e que, devido às
chuvas constantes e à suspensão de rodízio de veículos e de
aulas, a fluidez do tráfego no
período tem um comportamento peculiar.
Os congestionamentos em
janeiro às 20h chegam a ser até
maiores do que a média do resto do ano no horário. Entre
2004 e 2006, a média anual do
horário era de 63 km, contra 67
km em janeiro. Neste mês de
férias escolares, os picos de
trânsito são entre as 9h e as
10h, pela manhã, e entre as 19h
e as 19h30, da tarde para a noite. Ou seja, meia hora mais tarde do que os habituais.
O motorista que sente maior
alívio nos congestionamentos
em relação ao restante do ano é
aquele que circula entre as
7h30 e as 8h30 e entre as 17h e
as 18h. Nesses intervalos, os
engarrafamentos da cidade em
janeiro são bem inferiores aos
do resto do ano.
Referência
As estatísticas compiladas
pela reportagem se referem aos
indicadores que a CET levanta
numa malha próxima de 700
km de vias urbanas, a maioria
das quais no centro expandido.
Elas servem só como referência ao motorista, já que a
fluidez é sempre imprevisível a
cada dia, dependendo de ocorrências como acidentes e obras.
Na avaliação da CET, boa
parte da mudança de comportamento está relacionada ao rodízio de veículos, que só volta
no próximo dia 29. Como não
há restrição para que 20% da
frota deixe de circular entre as
7h e as 10h e entre as 17h e as
20h, muitos condutores mudam sua rotina e passam a sair
mais tarde para trabalhar.
Além disso, com as férias escolares, os horários do começo
da manhã e final de tarde, que
concentram a entrada e saída
das aulas, ficam mais livres.
O fato de a lentidão às 20h
chegar a ser até superior à média do restante do ano, conforme a média entre 2004 e 2006,
pode ter explicações adicionais.
Uma são as chuvas de final de
tarde no verão, comuns em janeiro e que atrasam a volta de
parte dos motoristas para casa.
O horário de verão também é
citado como uma das hipóteses
que contribuiriam para esse fenômeno, que se repetiu em
quatro dos últimos oito anos.
"O fato de escurecer mais tarde
pode retardar uma parte das
viagens. Mas nunca há um só
fator", afirma Gilson Grilli, gerente de engenharia da CET,
acrescentando ainda os impactos da economia no trânsito
-com mais dinheiro no bolso,
as pessoas saem mais de casa.
Os indicadores apontam que,
na média de 2006, a soma dos
picos de congestionamento em
São Paulo em todos os horários
de janeiro atingia 1.225 km,
89% mais do que em 1995.
O crescimento da lentidão
também ocorreu nos demais
meses do ano, mas numa escala
bem inferior -44% no período.
Mesmo assim, janeiro segue
como a época com menores índices de engarrafamento, rivalizando apenas com julho, também mês de férias escolares.
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