São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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Feira invade calçada e extrapola horários

Atrasos e falta de cuidado com lixo são comuns em oito locais visitados

Irregularidades deixam ruas sujas mais tempo do que o permitido; na Vila Ester, zona norte, lixo é tirado após 2 dias

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Às 15h de sexta, o coletor Alecsandro de Jesus, 27, ainda aguardava, com os colegas, o início de seu trabalho.
Eles haviam chegado às 13h -prazo para término das feiras livres- para recolher o lixo da feira do Jardim Paulista (zona oeste), mas, duas horas depois, ainda se viam barracas, feirante vendendo pastel, carretas carregando caixotes e lixo. Muito lixo.
"Toda sexta é o mesmo problema. Deixamos de coletar nos prédios do setor para ficar esperando aqui", diz. Ele e os colegas reclamam da falta de fiscais da prefeitura.
O feirante Rogerio Santos, 39, defende que a venda dure mais uma hora. "Enquanto tiver cliente, a gente está vendendo. Eles só vêm de meio-dia em diante", afirma.
Tudo deveria, por lei, começar a ser limpo às 14h. Mas, nas oito feiras visitadas pela Folha, são comuns atrasos e falta de cuidado com o lixo. O resultado são ruas sujas por muito mais tempo -também por responsabilidade da prefeitura, que deveria fiscalizar horário e coleta.
O problema foi constatado no Jardim Paulista, Cambuci, na Bela Vista (região central) e em Santana (zona norte).
Os feirantes também deveriam ensacar o lixo orgânico, porque as concessionárias só recolhem os sacos.
O recorde de atraso na Vila Ester (zona norte) foi no fim de semana retrasado, segundo moradores. A feira, dizem eles, terminou no sábado e seu lixo permaneceu ali até segunda à tarde.
Com a chuva de domingo, os resíduos viraram uma "pasta imunda", que atraiu ratos, moscas e mau cheiro. A vizinhança chegou a atear fogo no lixo para atrair a atenção para o problema.
Outra irregularidade é a invasão de calçadas. Pela lei, as barracas devem funcionar de preferência na faixa onde passam os carros. Quando nas calçadas, é preciso liberar um espaço mínimo de 60 cm para pedestres.
Na feira do Jardim Paulista, um restaurante diz ter queda no movimento porque a calçada em frente tem a passagem bloqueada. Na Bela Vista, a rua Maria José tinha um lado inteiro da calçada obstruído pelos caixotes.


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