São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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ÚLTIMA MODA 30ª SÃO PAULO FASHION WEEK

Tolerância zero

SEGURANÇA REFORÇADA E CLIMA TENSO MARCAM MUDANÇAS NA ORGANIZAÇÃO DA SÃO PAULO FASHION WEEK

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
VITOR ANGELO
DE SÃO PAULO

Seguranças cercando o prédio da Bienal, grades para "selecionar" a entrada de convidados, gritos de assessoras de imprensa na porta de camarins e ameaças deferidas por organizadores do evento. O clima de tolerância zero dá o tom (tenso) da edição de 15 anos da SPFW.
O evento sofreu um "choque de ordem" por parte da organização, que chegou até mesmo às raias da agressividade quando havia celebridades em cena.
"Temos duas câmeras filmando vocês. Quem vaiar vai ser expulso", gritava a diretora-executiva do evento, Graça Borges, para cerca de 200 fotógrafos e jornalistas, antes da entrevista coletiva da cantora Christina Aguilera, que aconteceu ontem.
"É isso que dá jogar pérolas aos porcos", disse ela para um fotógrafo.
O clima de tensão continuou durante os 13 minutos de entrevista. "Cheguem para trás da grade, senão vou chamar os seguranças", ameaçava um assessor.
Na hora em que a cantora, que veio lançar uma linha de roupas para a C&A, tentava se aproximar dos fãs e fotógrafos, era cercada por guarda-costas. Até Aguilera parece ter percebido a tensão: "Não sabia que era tão querida no Brasil. Quando desci do carro, fiquei até com medo de alguém se machucar".
Segundo Paulo Borges, diretor da SPFW, a segurança é reforçada quando há presença de celebridades. "Fazemos um planejamento junto com as grifes. E aumentamos a segurança principalmente por causa dos fãs."
"A equipe toda do evento perde a cabeça quando aparece uma celebridade", diz a consultora de moda Gloria Kalil. Mas ela vê pontos positivos no "choque de ordem".
"Os desfiles não estão mais atrasando."
"Cubro este evento há dez anos e sempre foi difícil. Mas agora passou dos limites", desabafa o fotógrafo Maurício Lima, da France Presse.
De acordo com Borges, "é difícil conseguir mão de obra qualificada" para eventos desse porte. Ele admite certa confusão. "Na porta do camarim, as pessoas ficam estressadas". Os empurrados por seguranças que o digam.

Colaborou PEDRO DINIZ


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